Pelo menos 558 libaneses foram mortos pelos ataques aéreos israelenses massivos feitos ontem sobre cidades residenciais no sul e leste do Líbano.
O bombardeiro impiedoso deixou mais de 50 crianças mortas, além de socorristas, segundo informação do ministro da saúde do Líbano.
Cerca de 2 mil pessoas ficaram feridas, em ataques que Israel alega serem desferidos contra alvos do Hezbollah. Dezenas de milhares foram forçados a fugir para o norte em meio aos disparos de bombas que não pouparam vilarejos e estradas.
A ordem de fuga foi dada por mensagens e ligações em massa a telefones e celulares. O ministro da informação do Líbano, Ziad Makary, descreveu as ordens como “uma guerra psicológica”.
Um dos comandantes visados, Ali Karaki, chefe do Comando Sul, supostamente continua vivo e, segundo o Hezbollah, está em “um lugar seguro”.
Os ataques do Hezbollah contra Israel continuaram, com disparo de foguetes ao norte, contra alvos militares e assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada.
Avichay Adraee, porta-voz de Israel para a mídia de língua árabe, postou um vídeo animado no X alegando que os libaneses sabem que há armas do Hezbollah em suas casas. A alegação foi feita sem nenhuma evidência e foi acompanhada por mais avisos para fugir.
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Conforme registrou o Middle East Eye, na tarde de ontem, as estradas que saem do sul estavam lotadas de famílias tentando se mudar para o norte para uma segurança aparente. A mídia local relatou cenas caóticas na cidade de Saida, onde as estradas foram bloqueadas enquanto os moradores corriam para sair.
O Ministério do Interior do Líbano disse que abriu escolas em Beirute, Trípoli e partes leste e sul do país como abrigos em meio a “deslocamento pesado”.
O temor até esta madrugada, de ambos os lados, era de uma entrada por terra, onde as forças libaneses tem maior capacidade de combate.
Em Nova York, onde acompanha o presidente Lula para a reunião a ONU, o ex-chanceler Celso Amorim disse a ação israelense no Líbano é “revoltante” e que o Itamaraty deve se pronunciar.