O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) confirmou ampliar o apoio conferido às massas crescentes de refugiados com destino à Síria, após a escalada dos ataques israelenses ao território libanês.
Israel intensificou ataques na última semana, levando o Acnur e seus parceiros — como o Crescente Vermelho da Síria — a se mobilizarem nas travessias de fronteira, ao distribuir alimentos, água, cobertores e colchões aos imigrantes, além de orientá-los à assistência.
Filippo Grandi, diretor da Acnur, enfatizou que o “massacre [israelense] está impondo um preço terrível ao expulsar dezenas de milhares de suas casas”.
Grandi lamentou que a situação representa “mais outro sofrimento às famílias, que antes fugiram da guerra na Síria para serem bombardeadas onde buscaram abrigo”.
Em referência à guerra civil na Síria, desde 2011, após repressão do governo de Bashar al-Assad a manifestações populares por democracia, Grandi advertiu contra a possibilidade de “reprisar cenas de desespero e devastação”.
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Conforme Grandi: “O Oriente Médio não pode suportar mais uma crise de refugiados. Que não criemos uma ao levar mais gente a abandonar suas casas. Proteger os civis deve ser prioridade máxima”.
Os ataques israelenses ao Líbano sucedem um ano de genocídio em Gaza, com mais de 41 mil mortos e 95 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
As ações de Israel seguem em desacato às medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia da África do Sul deferida em 26 de janeiro.
Analistas alertam para a intenção israelense de propagar a guerra e eventualmente repetir as violações de Gaza em solo libanês.
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