Representantes dos órgãos legislativos rivais na Líbia — no leste e oeste de país — firmaram um acordo nesta quinta-feira, mediado pelas Nações Unidas, para encerrar as disputas sobre a liderança do Banco Central, ao nomear um governador interino à instituição, assim como seu vice, segundo informações da agência Reuters.
O acordo deve desescalar tensões no país, em meio a impasses sobre os abundantes recursos de petróleo, após semanas de queda na produção e exportação.
A crise eclodiu quando Mohammed al-Menfi, chefe do Conselho Presidencial radicado em Trípoli, buscou exonerar o governador Sadiq al-Kabir, em agosto. Em resposta, facções do leste do país suspenderam a produção dos principais campos de petróleo.
A Câmara de Representantes em Benghazi, no leste, e o Alto Conselho de Estado, na capital, concordaram, no entanto, em empossar Naji Mohamed Issa Belqasem, diretor do Departamento de Controle Bancário e Cambial da instituição, como governador em caráter interino. Mari Muftah Rahil, vice em 2023, voltará ao cargo.
“Quero enfatizar a urgência de reabrir os campos de petróleo e canalizar os recursos vitais, por meio do enquadramento institucional adequado, ao Banco Central”, comentou sobre a matéria Stephanie Willians, assessora especial do Secretariado-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Líbia.
A Líbia permanece dividida entre governos rivais desde 2014, após a queda do longevo ditador Muammar Gaddafi após protestos populares, sob intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
“A crise mostrou o imperativo de todas as partes para que evitem decisões unilaterais”, reiterou Willians. “Decisões como essas não apenas alimentam tensões, como aprofundam as cisões institucionais”.
Em 28 de agosto, a Corporação Nacional de Petróleo, empresa estatal da Líbia, anunciou corte de produção em mais da metade do volume convencional. Desde então, atualizações sobre os números não foram concedidas.
As exportações de petróleo cru da Líbia se mantiveram, em média, em 400 mil barris por dia (pbd) em setembro, abaixo do um milhão registrado agosto, segundo dados de navegação.
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