A organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) realizou nesta quinta-feira (26) uma campanha de protestos e manifestações simbólicas em dez países a fim de recordar os jornalistas assassinados por Israel em Gaza, segundo informações da agência de notícias Anadolu.
Em comunicado, a organização reiterou que o exército israelense, desde outubro de 2023, matou ao menos 130 jornalistas no enclave palestino.
O índice é próximo dos dados da Comissão de Proteção de Jornalistas (CPJ), que calcula 110 vítimas da categoria em pouco menos de um ano. Segundo oficiais em Gaza, porém, os números chegam a 178 profissionais de imprensa mortos por Israel.
Coletes de imprensa com marcas de sangue foram vistos na Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, França, Senegal, Suíça, Taiwan, Tunísia e Brasil.
“Nossa campanha global de comunicação e sensibilização visa alertar a opinião pública para a gravidade da situação — ao ritmo em que jornalistas estão sendo assassinados, o direito à informação livre e independente está em perigo”, destacou a organização.
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“O massacre de jornalistas em Gaza deve parar”, reiterou Thibaut Bruttin, diretor-geral da ong. “A eliminação de jornalistas de Gaza, pelo exército israelense, corre o risco de impor um apagão total dos meios de comunicação no enclave sitiado”.
Esses ataques não visam apenas a imprensa na Palestina, mas também o direito do público em todo o globo de receber informação fiável — livre, independente e plural — de uma das zonas de conflito mais atentamente observadas no mundo.
“Exigimos a proteção dos jornalistas em Gaza, o fim da impunidade e a abertura da Faixa aos jornalistas estrangeiros. Trata-se do nosso direito à informação”, acrescentou.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase um ano, em desacato a medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, na Holanda, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.