O grupo iemenita Ansar Allah, conhecido como houthis, reivindicou nesta sexta-feira (27) os disparos de um míssil balístico ao sul de Tel Aviv e de um drone à cidade israelense de Ashkelon, na costa mediterrânea.
O grupo alinhado a Teerã prometeu manter seus ataques até o fim da “agressão [de Israel] ao Líbano e Gaza”.
Segundo relatos, não verificados, o míssil a Tel Aviv foi interceptado por defesas aéreas do Estado ocupante.
“Conduziremos novas operações militares contra o inimigo israelense até a vitória — pelo sangue derramado de nossos irmãos na Palestina e no Líbano”, prometeu o porta-voz das forças militares houthis, Yahya Saree, em discurso televisionado.
Os houthis mantêm disparos esporádicos a Israel, além de um embargo de facto a barcos vinculados a Tel Aviv e aliados no Mar Vermelho, no Golfo de Aden e no Estreito de Bab al-Mandeb, desde novembro último, em apoio efetivo aos palestinos de Gaza, sob genocídio há quase um ano, com 41 mil mortos e 95 mil feridos.
Desde então, o exército israelense ataca também zonas de influência do Irã — sobretudo Líbano, Síria e Iêmen —, ao sugerir dolo de propagar a guerra a uma escala regional.
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Na fronteira norte, Israel troca disparos com o grupo Hezbollah, intensificados na semana passada, após uma onda de atentados terroristas atribuídos à agência israelense Mossad explodirem pagers e walkie-talkies nas ruas libanesas.
Desde segunda-feira (23), Israel escalou bombardeios ao Líbano — em sua maior ofensiva desde a guerra aberta de 2006. São ao menos 700 mortos e 2.500 feridos, sob quatro dias consecutivos de ataques violentos.
Na sexta-feira (20), o exército israelense alegou interceptar um míssil iemenita em Tel Aviv após serem ouvidos sons de sirenes e explosões.
Em julho, os houthis dispararam um drone contra Tel Aviv pela primeira vez, resultando em um morto e em dez feridos. Em resposta, a Força Aérea israelense bombardeou o porto de Hodeidah, causando um enorme incêndio e ao menos seis mortes.
Desde então, lideranças houthis confirmaram uma “nova fase” na luta contra Israel.
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Neste mês de setembro, um “míssil hipersônico” alcançou o centro de Israel, disparando sirenes e levando os colonos a buscarem abrigo em uma instalação próxima ao aeroporto Ben Gurion, afirmaram os houthis.
Conforme o exército israelense, o míssil houthi foi danificado, mas não destruído por seus sistemas de interceptação.
Israel mantém seus ataques indiscriminados a Gaza em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.