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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel redefine o mundo

Ativistas participam de um protesto pró-Palestina sperto do Capitólio dos EUA em 24 de julho de 2024 [Alex Wong/Getty Images]

No coração do Oriente Médio fica Israel, um estado que redefiniu o discurso global sobre soberania, direitos humanos e direito internacional. Para os palestinos, a história de Israel é de deslocamento, violência e luta contínua contra o que muitos descrevem como opressão sistêmica. À medida que Israel se afirma no cenário mundial, suas ações e políticas levantam questões críticas sobre justiça, responsabilização e responsabilidades morais da comunidade internacional. Essa posição levanta muitas questões sobre as consequências para os palestinos e as implicações mais amplas para a governança global e os direitos humanos.

A fundação de Israel está impregnada de narrativas religiosas que têm significado histórico para o povo judeu. Estabelecida em 1948, as reivindicações de Israel à terra estão profundamente enraizadas em textos bíblicos, que servem como pedra angular de sua identidade nacional. No entanto, essa justificativa religiosa tem um custo profundo para o povo palestino que habita a região há séculos. O entrelaçamento da identidade religiosa e nacional levou a um desrespeito aos direitos e à herança palestina. Essa dinâmica não apenas alimenta o conflito, mas também apresenta um desafio para a definição global de soberania e autodeterminação.

Israel é o único país no Oriente Médio conhecido por possuir armas nucleares, com estimativas de 80 a 400 ogivas. Essa capacidade nuclear, envolta em segredo, representa riscos significativos para a estabilidade regional. A existência de tais armas levou os países vizinhos, particularmente o Irã, a perseguir suas próprias ambições nucleares, intensificando uma corrida armamentista que põe em risco a paz e a segurança.

O fracasso da comunidade internacional em abordar o arsenal nuclear de Israel ressalta um preocupante padrão duplo na governança global, onde a responsabilização é aplicada seletivamente. Essa falta de supervisão não apenas coloca a região em perigo, mas também envia uma mensagem de que alguns estados estão acima das regras que governam a paz global.

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Impunidade

As ações de Israel frequentemente refletem um flagrante desrespeito ao direito internacional, particularmente em sua contínua expansão de assentamentos na Cisjordânia ocupada. O Tribunal Penal Internacional (TPI) e vários órgãos da ONU condenaram esses assentamentos como ilegais, mas Israel continua a construir mais assentamentos em territórios ocupados. As implicações dessa política são terríveis, contribuindo para o deslocamento de palestinos e a erosão de seus direitos.

Os EUA e os antigos países colonialistas historicamente protegeram Israel da responsabilidade internacional, vetando inúmeras resoluções do Conselho de Segurança da ONU destinadas a abordar violações do direito internacional. Essa impunidade encoraja novos atos de agressão e perpetua um ciclo de violência que tem consequências devastadoras para os civis palestinos.

A influência de Israel se estende a fóruns internacionais, onde muitos argumentam que ele transformou as discussões em espetáculos desprovidos de ação significativa. A ONU aprovou repetidamente resoluções condenando as políticas israelenses; no entanto, essas resoluções muitas vezes caem em ouvidos moucos. Por exemplo, a Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU de 2016, que pedia o fim da construção de assentamentos, foi recebida com rejeição pela liderança israelense, destacando a desconexão entre mandatos internacionais e ações israelenses.

Essa tendência prejudica a credibilidade das instituições globais e diminui as perspectivas de uma resolução justa para o conflito israelense-palestino. Em vez de promover a responsabilização, esses fóruns correm o risco de se tornarem plataformas para a perpetuação de injustiças.

Deixando 15.000 crianças mortas

O impacto das operações militares de Israel sobre os civis é uma realidade trágica. Israel matou mais de 15.000 crianças palestinas desde o início da guerra em Gaza, juntamente com inúmeras mães e famílias. O uso de munições avançadas, incluindo mísseis guiados a laser implantados durante conflitos, levou a baixas civis significativas, levantando preocupações éticas sobre a condução da guerra.

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A Guerra de Gaza de 2014 serve como um exemplo gritante, com a ONU estimando mais de 2.200 mortes palestinas, a maioria sendo não combatentes. Essas estatísticas destacam não apenas o custo humano do conflito, mas também a necessidade urgente de responsabilização e proteção para civis em zonas de guerra.

As ações de Israel também se estenderam para alvejar missões diplomáticas, como fez no caso do consulado iraniano em Damasco em 1º de abril, onde matou 16 pessoas. No entanto, foi o Irã que escolheu estreitar o confronto iniciando uma retaliação calculada que deveria funcionar como uma dissuasão e evitar desencadear uma guerra direta com Israel.

O estado de ocupação assassinou Ismail Haniyeh, um ex-primeiro-ministro palestino, enquanto ele estava em uma visita oficial a Teerã, violando a soberania iraniana e direcionando um golpe severo à dignidade do povo iraniano. Ironicamente, Haniyeh foi o principal negociador para um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros quando Israel o matou.

Usando dispositivos eletrônicos para matar

A integração da tecnologia em operações militares levanta profundas questões éticas. O uso de drones e guerra eletrônica por Israel resultou em milhares de mortes de civis, muitas vezes sem responsabilização. Relatórios indicam que tecnologias avançadas, incluindo inteligência artificial, estão sendo empregadas de maneiras que desconsideram a santidade da vida humana, levantando alarmes sobre um futuro onde a violência se torna ainda mais indiscriminada.

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Esse uso descontrolado de inteligência artificial e o uso indevido da tecnologia moderna estão estabelecendo um precedente na guerra, pois intensificam a matança e mostram desrespeito pela vida humana de uma maneira nunca vista antes. Se outras nações seguirem o exemplo israelense em conflitos, isso pode levar à extinção de um povo.

Todos aqueles que permitem que Israel escape das consequências de seus atos criminosos são igualmente responsáveis ​​pelos crimes de Tel Aviv, sem falar daqueles que escolhem financiá-lo, armá-lo e protegê-lo. Aqueles que ficam parados enquanto os palestinos continuam a ser massacrados correm o risco de ver o fim da raça humana nas mãos de criminosos com ideias semelhantes que estão dispostos a usar IA e as últimas tecnologias sem medo de responsabilização. Hoje, é na Palestina e no Oriente Médio. Amanhã será em todos os lugares.

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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Palestina: quatro mil anos de história
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