Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, reivindicou nesta quinta-feira (26) a suspensão de Israel da Organização das Nações Unidas (ONU), durante pronunciamento à 79ª Assembleia Geral em Nova York.
“Peça pela suspensão da filiação de Israel na Assembleia Geral, até que que cumpra suas obrigações e as condições para tanto, e implemente todas as resoluções da ONU e suas agências”, declarou Abbas ao foro internacional.
Abbas fez menção às reiteradas violações israelenses de resoluções das Nações Unidas, incluindo ocupação da Cisjordânia, expansão dos assentamentos e sua campanha militar contra a população civil da Faixa de Gaza.
Abbas confirmou que a Palestina — com seus direitos recém assegurados no plenário da ONU — submeterá um pedido formal à presidência da Assembleia Geral para suspender a representação israelense na organização.
Neste mês de setembro, o embaixador palestino na ONU, Riyad al-Maliki, sentou-se pela primeira vez entre os Estados-membros, após conquistar o direito de propor resoluções e emendas. Em sua moção inaugural, a Palestina aprovou por maioria absoluta a demanda pelo fim da ocupação israelense dentro de um ano.
Conforme o presidente palestino, Israel “se nega a implementar resoluções da ONU e até mesmo pediu pela excisão do próprio prédio da ONU [de modo que] não é digno de sua filiação ao órgão internacional”.
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“A Palestina deve assumir suas responsabilidades sobre a Faixa de Gaza, para exercer sua plena jurisdição, incluindo travessias de fronteira, como parte de um plano abrangente de resolução”, acrescentou Abbas, em referência ao pós-guerra.
Então reiterou: “Israel reocupou toda Gaza e quase a destruiu por completo, ao convertê-la em um lugar inabitável”.
Abbas lamentou também a posição da administração dos Estados Unidos, em “vetar três resoluções do Conselho de Segurança para exigir um cessar-fogo de Israel e, além disso, continuar a lhe fornecer armas mortais”.
Abbas condenou os pedidos supremacistas do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, em construir uma sinagoga no lugar da Mesquita de Al-Aqsa, patrimônio da Humanidade, na cidade ocupada de Jerusalém.
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Segundo Abbas, tais demandas de líderes israelenses “buscam deflagar uma verdadeira guerra religiosa capaz de queimar tudo e todos”
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 41 mil mortos, 95 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia e Jerusalém, o regime ocupante intensificou suas violações coloniais, incluindo pogroms contra cidades e aldeias.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.