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Ações de Israel impõem fome a 15 mil grávidas em Gaza, alerta ONU

30 de setembro de 2024, às 15h40

Grávida palestina deslocada pelos ataques israelenses em um abrigo em Rafah, no sul de Gaza, em 29 de fevereiro de 2024 [AFP via Getty Images]

Em torno de 15 mil mulheres grávidas estão “à margem da fome” na Faixa de Gaza sitiada, sob bombardeios de Israel, advertiu um novo relatório da ONU mulheres sobre a situação de saúde no enclave palestino.

Intitulado “A guerra contra a saúde das mulheres em Gaza”, o dossiê compila uma análise abrangente da crise sanitária imposta pelos ataques israelenses, incluindo seu impacto à saúde e ao bem-estar físico e mental de mulheres e meninas.

O relatório dá ênfase aos crescentes riscos enfrentados por mulheres de Gaza, incluindo doenças entre mulheres idosas, câncer, doenças infecciosas e desnutrição entre grávidas e lactantes, exacerbadas pelo colapso do sistema de saúde e pela falta de medicamentos devido à campanha de Israel.

Após quase um ano de genocídio, o sistema de saúde é praticamente inexistente, advertiu a agência das Nações Unidas: “Cerca de 84% dos prédios de saúde foram danificados ou destruídos; os remanescentes carecem de remédios essenciais, ambulâncias, cuidados básicos para salvar vidas e mesmo eletricidade e água”.

“Estima-se mais de 177 mil mulheres sob riscos de vida, dentre as quais 162 mil sob risco de desenvolver doenças não transmissíveis (DNTs), como diabetes, câncer, hipertensão e doenças cardiovasculares; além de 15 mil mulheres grávidas à margem da fome”, alertou a agência.

Israel mantém bombardeios indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro de 2023, além de um cerco absoluto — sem comida, água ou energia elétrica — e sucessivas incursões por terra contra instalações civis, sobretudo hospitais.

Em menos de um ano, são 41 mil mortos, 95 mil feridos e dois milhões de desabrigados. A grande maioria das vítimas são mulheres e crianças.

As ações israelenses constituem punição coletiva e genocídio, como posto pela denúncia da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, deferida em 26 de janeiro.