O Egito perdeu US$6 bilhões em receitas do Canal de Suez devido à escalada de tensões na região, por conta das ações militares de Israel contra Gaza, Líbano e além, confirmou no domingo (29) o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Durante cerimônia de graduação das forças policiais, Sisi lamentou queda vertiginosa de 50 a 60% das receitas de Suez nos últimos oito meses.
“Queremos administrar nossas coisas de maneira que preserve o país e a estabilidade de nossa região, tanto quanto possível, sem nos envolvermos em eventos que possam afetar diretamente nossa segurança”, tergiversou o general.
Sisi alertou que as tensões correntes, que incluem os bombardeios ao Líbano da semana passada, com 700 mortos, 2.500 feridos e até 200 mil deslocados, conforme estimativas da Organização Internacional para a Migração (OIM), podem expandir o conflito.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase um ano, com 41 mil mortos e 95 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. As ações são investigadas como crime de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia.
Desde então, o regime israelense troca disparos transfronteiriços com o grupo Hezbollah no Líbano, para além de bombardeios esporádicos a Síria e Iêmen.
A administração iemenita, do grupo Ansar Allah (houthi), conduz um embargo de facto no Mar Vermelho contra embarcações ligadas a Israel, em solidariedade efetiva a Gaza.
Os esforços houthis levaram diversas a empresas a preterir Suez em favor da rota do Cabo da Boa Esperança, ao redor da África, muito mais extensa e onerosa. Como retaliação, em apoio a Israel, Estados Unidos e Grã-Bretanha bombardearam o Iêmen.
Suez é uma das principais fontes de moeda estrangeira para o Egito, cuja economia sofre há anos de uma crise crônica em âmbito fiscal, sob aumento da dívida externa e em meio a denúncias de má gestão e corrupção do regime militar.