Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Vice do Hezbollah promete resistência após assassinato de Nasrallah

Retrato de Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah, morto por ataque israelense a Beirute, em Teerã, no Irã, em 30 de setembro de 2024 [Fatemeh Bahrami/Agência Anadolu]
Retrato de Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah, morto por ataque israelense a Beirute, em Teerã, no Irã, em 30 de setembro de 2024 [Fatemeh Bahrami/Agência Anadolu]

 

Naim Qassem, vice-secretário-geral do grupo Hezbollah, insistiu que seu movimento está pronto para responder a uma invasão por terra do exército israelense, após a morte de seu líder, Hassan Nasrallah, na última sexta-feira (27).

Segundo Qassem, em pronunciamento público emitido nesta segunda-feira (30), em tom de desafio, Israel não atingiu as capacidades militares do Hezbollah. Apesar dos reveses sofridos no contexto da escalada ao Líbano — com a morte de líderes do grupo, entre 700 civis —, Qassem prometeu manter a resistência.

Qassem reiterou que o Hezbollah escolherá uma nova liderança em breve, mediante seus “mecanismos internos”.

Sobre uma operação por terra do exército israelense, comentou o comandante: “Estamos prontos. As forças da resistência estão prontas para isso”.

Qassem denunciou ainda esforços de Israel para criar instabilidade na região, ao expandir o escopo de sua guerra: “Israel insiste em cometer massacres em todo o Líbano, até que nenhuma casa seja deixada sem marcas de sua agressão. Israel ataca civis, ambulâncias, crianças e idosos. Não combate combatentes, mas sim comete massacres”.

O líder do Hezbollah ressaltou a cumplicidade dos Estados Unidos, ao descrever o regime na Casa Branca como “parceiro de Israel, mediante apoio militar sem limites — em níveis ideológico, político e financeiro”.

“Nós venceremos”, prometeu Qassem, “assim como vencemos Israel em 2006”.

Suas declarações buscaram denotar esforços do Hezbollah para se reagrupar e prover um senso de segurança à população xiita, em particular, e a população libanesa, de maneira geral. Qassem deixou claro também que não pretende se render.

O influente grupo armado, ligado a Teerã, deve avaliar nos próximos dias a possibilidade e os meios pelos quais pode utilizar seu arsenal, incluindo mísseis de longo alcance, contra o exército israelense.

Mais de mil pessoas foram mortas no Líbano na última quinzena, em meio aos avanços de Israel, sobretudo no sul e leste do país. Estima-se dezenas de milhares de refugiados que fugiram à Síria — em guerra civil desde 2011.

Israel e Hezbollah trocam disparos transfronteiriços desde outubro último, no contexto do

genocídio israelense em Gaza, com ao menos 41 mil mortos, 95 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob temores de que as violações se repitam no Líbano.

A recente escalada teve início com atentados terroristas atribuídos ao Mossad israelense, em meados de setembro, com a detonação de pagers e walkie-talkies nas ruas libanesas. Nos dias seguintes, Israel intensificou seus bombardeios por ar.

Trata-se da mais violenta campanha israelense contra o Líbano desde o conflito aberto de 2006, incitando receios de propagação da guerra a uma escala regional.

Categorias
IsraelLíbanoNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments