Após Irã negar ‘se afetar pelo barulho’, mísseis são vistos sobre Tel Aviv

Mísseis foram vistos caindo sobre Tel Aviv na noite desta terça-feira (1º), após Israel lançar sua invasão por terra ao Líbano, sob alegações dos Estados Unidos de que o país islâmico preparava um ataque.

Não há confirmações ainda das origens dos disparos, mas o exército prontamente culpou Teerã.

Os Estados Unidos afirmaram previamente ter indicações de que o exército do Irã esteja preparando um ataque a mísseis a Israel, similar à operação inédita conduzida em abril, em resposta a um bombardeio israelense ao consulado do país na Síria.

Um oficial da Casa Branca preconizou à rede Al Jazeera, sem detalhes, disparos balísticos iranianos ao território considerado Israel, ao reafirmar: “Estamos apoiando ativamente os preparativos de defesa para defender Israel do ataque [sic]”

A fonte, em seguida, ameaçou: “Um ataque direto do Irã terá consequências severas”.

O Irã pondera sobre respostas às provocações israelenses desde a morte do líder político do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, em 31 de julho, na capital do país, onde estava para a posse do presidente Masoud Pezeshkian.

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Espera-se ainda eventual resposta iraniana à morte de Abbas Nilforoushan, comandante de suas Forças al-Quds, ao lado de Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, por um ataque israelense a Beirute, na sexta-feira (27).

A embaixada do país no Líbano, no entanto, buscou esfriar tensões, ao mesmo tempo que assegurou apoio: “O Irã mantém sua abordagem de maneira resiliente — contudo, sem se afetar por todo o barulho”.

“O povo libanês está ciente e é capaz de distinguir entre os amigos a seu lado, nas piores circunstâncias, e aqueles que buscam encobrir o inimigo que busca sitiá-los”, prosseguiu a missão. “Ouvimos rumores sobre abandonarmos a resistência durante a guerra de 2006 — rumores que foram sepultados pelos fatos na ocasião”.

“O mesmo agora — o papel influente do Irã tornar-se-á mais e mais claro ao mundo ao ver brilhar a estrela da vitória sobre os terroristas de Israel”, acrescentou.

As ameaças israelenses, junto às acusações americanas, coincidem com uma invasão ao Líbano ordenada por Tel Aviv, após uma quinzena de escalada que matou 1.057 pessoas e feriu outras 2.950, além de expulsar um milhão de suas casas.

Hezbollah e Israel trocam disparos transfronteiriços desde outubro passado, no contexto do genocídio israelense na Faixa de Gaza sitiada, com 41 mil mortos, 96 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

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A comunidade internacional alerta que os avanços israelenses no Líbano podem tornar a guerra em Gaza em uma deflagração regional.

Israel é ainda réu por genocídio, por suas violações em Gaza, no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.​​​​

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