Israel declara chefe da ONU persona non grata após ataques do Irã

Israel Katz, ministro de Relações Exteriores israelense, designou como persona non grata António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em decreto de sua pasta nesta quarta-feira (2).

As informações são da rede de notícias Al Arabiya.

Sob o arbítrio, Guterres se junta ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e outros nomes proibidos de entrar no território designado Israel — capturado durante a Nakba, ou “catástrofe”, em 1948, mediante limpeza étnica — ou nos chamados Territórios Palestinos Ocupados, de 1967 — isto é, Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Katz acusou Guterres de falhar em condenar de maneira específica os disparos a mísseis do Irã contra Israel, nesta terça-feira (1º), após uma quinzena de escalada de tensões no Líbano, incluindo uma invasão por terra e o assassinato de Hassan Nasrallah, secretário-geral do grupo Hezbollah.

Para o ministro, “qualquer um que não condene inequivocamente os ataques hediondos [sic] do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense [sic]”.

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“[Guterres] é um secretário-geral anti-Israel [sic], que apoia os terroristas, estupradores e assassinos [sic]”, acrescentou. “[Guterres] apoia os assassinos do Hamas, do Hezbollah, os houthis e agora o Irã — a nave-mãe do terrorismo [sic] — e será lembrado por gerações como uma mancha na história da ONU”.

Após os disparos iranianos, Guterres rechaçou expressamente “o conflito que se expande no Oriente Médio”, ao denunciar “escalada após escalada” que assola a região.

“Isso precisa acabar”, reiterou Guterres. “Urge um cessar-fogo”

A escalada, entretanto, coincide com as vésperas do primeiro aniversário do genocídio de Israel em Gaza, com 41 mil mortos, 96 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Em seus avanços ao Líbano, em apenas uma semana, Israel deixou ao menos mil mortos, três mil feridos e um milhão de deslocados à força.

Israel age em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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