O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deixou seu bunker na cidade ocupada de Jerusalém, na tarde desta terça-feira (1º), para comentar os disparos do Irã a Tel Aviv e outras áreas do país, após uma reunião emergencial do gabinete de guerra.
A ação iraniana transcorreu de uma escalada sem precedentes contra o Líbano, incluindo uma invasão por terra logo pela manhã. A Guarda Revolucionária justificou seus disparos pelos assassinatos de Hassan Nasrallah e Ismail Haniyeh, chefes do Hezbollah e Hamas, respectivamente.
Netanyahu alegou que Teerã “cometeu um grande erro e pagará um duro preço”. O premiê repetiu suas ameaças de que Israel atacará seus “inimigos” em qualquer lugar do Oriente Médio, seja em Gaza, Líbano, Irã, Iraque, Síria ou Iêmen.
De acordo com Netanyahu, a tréplica israelense virá no momento e local de sua escolha, ecoado pelo establishment político e militar israelense no decorrer da noite, à espera, no entanto, de uma ordem do governo.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, sob requerimento de prisão pela promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), aludiu às agressões em Gaza, ao declarar que Teerã “não aprendeu lição alguma no último ano”.
LEIA: Por que os líderes israelenses admitem que se fossem palestinos lutariam pela liberdade?
Para Danny Danon, embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Teerã “sentirá muito em breve as consequências de suas ações”, mediante uma retaliação que caracterizou como “dolorosa”.
Israel Katz, ministro de Relações Exteriores, prometeu que Israel “não ficará em silêncio”.
Bezalel Smotrich, da pasta de Economia, insistiu que “como Gaza, Hezbollah e o Estado libanês, o Irã se arrependerá deste momento”.
As ameaças transcenderam o espectro político. Yair Lapid, chefe da oposição israelense e ex-premiê, disse nas redes sociais que Israel é “forte” e “vencerá”. Seu parceiro de gestão, Naftali Bennet, descreveu os disparos como “maior oportunidade em 50 anos” para Israel mudar o mapa da região.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, em contrapartida, enfatizou nas redes sociais que os disparos se deram “em defesa dos interesses e cidadãos do Irã” e complementou: “Que Netanyahu saiba que o Irã não quer guerra, mas que resistirá firmemente a qualquer ameaça. Esta é uma fração de nossa força. Não entrem em conflito com o Irã”.
LEIA: Ganhos táticos, perdas estratégicas e o ‘buraco negro’ de segurança de Israel