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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

ONU planeja segunda fase da vacinação contra pólio na Faixa de Gaza

Crianças palestinas no Hospital Baptista al-Ahli, após bombardeios de Israel, na Cidade de Gaza, em 29 de setembro de 2024 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

Stephane Dujarric — porta-voz do Secretariado-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) — confirmou preparativos para a segunda etapa da vacinação contra a poliomielite na Faixa de Gaza, em meados deste mês, com meta de 640 mil crianças.

A primeira rodada, com início em 1º de setembro, dividida em três fases sucessivas, com tréguas de três dias cada — sul, centro e norte — obteve êxito ao atingir 90% das crianças com menos de dez anos no enclave sitiado.

As vacinas orais requerem uma segunda dose, a ser administrada quatro semanas após a primeira. Não há informações, no entanto, de um novo acordo que permita salvo-conduto a equipes e famílias, em meio a uma escalada que toma a região.

Dujarric, em coletiva de imprensa conduzida nesta quarta-feira (2), reiterou a inclusão de suplementos vitamínicos junto à segunda rodada de vacinação.

A campanha sucede o diagnóstico sintomático de uma primeira vítima da pólio em Gaza, em agosto, confirmado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como resultado direto da destruição da infraestrutura sanitária pelas ações de Israel.

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O caso — um bebê palestino de então dez meses de idade, parcialmente paralisado — é o primeiro em Gaza em 25 anos. A vítima não foi imunizada devido ao cerco militar imposto por Israel — sem comida, água, combustível e insumos médicos.

A cobertura de vacinação contra poliomielite nos territórios palestinos é notavelmente alta, com 99% em 2022 — no entanto, registrou queda a 89% no final de 2023, no contexto da escalada israelense.

Casos de hepatite A, difteria e gastroenterite também atingem a população.

Dujarric corroborou ainda um novo projeto da OMS em Gaza, com o envio de 240 médicos e técnicos de emergência ao Hospital al-Shifa — maior do território, na cidade homônima —, a fim de prover serviços de trauma e outros,

O oficial da ONU, porém, reconheceu que as instalações de saúde em Gaza continuam a sofrer com escassez de suprimentos, devido aos obstáculos postos por Israel ao acesso humanitário, diante de filas cada vez maiores nas travessias de fronteira.

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Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há um ano, com 41.800 mortos, ao menos 96 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob crise de fome sem precedentes. Entre as fatalidades, ao menos 16.400 são crianças.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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