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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Arábia Saudita e Irã discutem relações e ações de Israel no Líbano e Palestina

Ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan al-Saud, troca aperto de mãos com o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, em Doha, capital do Catar, em 3 de outubro de 2024 [Presidência do Irã/Divulgação/Agência Anadolu]

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, conversou nesta quinta-feira (3) com o ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan al-Saud, em Doha, no Catar, ocasião na qual debateu a escalada israelense ao Líbano e à Palestina e pediu união dos países islâmicos para confrontar os crimes de Israel.

Conforme a televisão iraniana, Pezeshkian buscou enfatizar a importância de expandir os laços entre ambas as partes.

Arábia Saudita e Irã normalizaram em março de 2023, sob mediação da China, após sete anos de disputas geopolíticas regionais.

“Consideramos todos os países islâmicos, como o Reino da Arábia Saudita, como nossos irmãos, e reiteramos a importância de reaproximação e unidade ao colocarmos as nossas diferenças de opinião de lado pelo bem comum”, comentou Pezeshkian.

Sobre os disparos iranianos contra Tel Aviv e outras cidades na terça-feira (1º), Pezeshkian reiterou se tratar de uma resposta aos continuados crimes israelenses após “promessas falsas” de um cessar-fogo em Gaza, em troca de “comedimento unilateral”.

O presidente iraniano indicou que Riad tem um papel importante a exercer no cessar-fogo regional, ao mobilizar pressão dos países árabes contra o genocídio em Gaza.

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“Se não nos unirmos contra essa agressão, hoje em Gaza e no Líbano, amanhã voltar-se-ão a outros países e cidades islâmicos”, advertiu Pezeshkian.

O chanceler saudita, de sua parte, ecoou a demanda por relações mais próximas entre os antigos rivais e o chamado mundo islâmico, como um todo.

Segundo Farhan, a monarquia “quer virar a página sobre divergências, resolver problemas e desenvolver relações bilaterais como duas nações amigas e irmãs”.

O ministro repercutiu também as acusações de que Israel busca espalhar a guerra a toda a região, ao acatar aos alertas de Pezeshkian: “Agradecemos sua habilidade e sabedoria em buscar conter a situação e temos fé de que exerceremos um papel para assegurar paz e calma a nossa região”.

O presidente iraniano viajou a Doha para a Cúpula de Diálogo e Cooperação da Ásia, onde buscou elucidar a seus vizinhos a posição de seu país, em meio a apreensões globais de que a escalada em Gaza e no Líbano tome a região.

Em Gaza, Israel deixou ao menos 41 mil mortos e 96 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados desde outubro passado. No Líbano, são mil mortos, três mil feridos e cerca de 1.2 milhão de deslocados à força em dez dias.

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Segundo relatos, a campanha israelense descarrilou um processo de normalização com a Arábia Saudita, visto como potencial golpe majoritário à causa palestina. Desde então, a monarquia se aproxima da China, com acordos em diversos setores.

As ações de Israel, condenadas internacionalmente, são crime de guerra e genocídio.

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