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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Chanceler iraniano visita Beirute, em ‘ato de desafio’ à escalada de Israel

Ministro de Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, durante reunião com homólogos russo e turco em Nova York, em paralelo à 79ª Assembleia Geral da ONU, nos Estados Unidos, em 27 de setembro de 2024 [Arda Küçükkaya/Agência Anadolu]

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, pousou em Beirute, capital do Líbano, nesta sexta-feira (4), em uma visita descrita como “ato de desafio” à escalada do exército israelense contra a região.

Aragchi, em sua primeira viagem ao Líbano desde a posse, deve se reunir com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e o presidente do parlamento Nabih Berri, considerado um aliado político do grupo Hezbollah.

A visita coincide com uma intensificação dos bombardeios israelenses a Líbano, Palestina, Síria e Iêmen, após o Irã responder aos avanços terrestres contra o Estado levantino, com uma bateria de mísseis, na noite de terça-feira (1º).

Segundo a imprensa local, Araghchi foi recebido por Osama Khashab, chefe de protocolo do Ministério de Relações Exteriores do Líbano, no Aeroporto Internacional Rafic Hariri, na cidade de Beirute.

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Esmaeil Baghaei, porta-voz da chancelaria em Teerã, confirmou que a delegação chefiada por Araghchi, incluindo dois deputados e o chefe do Crescente Vermelho do Irã, pretende se encontrar com oficiais de alto escalão libaneses.

“Uma remessa de dez toneladas de insumos alimentares e medicamentos também será entregue, como parte de nossa assistência humanitária ao Líbano”, observou Baghaei. “O Irã se mantém firmemente em solidariedade com o bravo povo libanês”.

“Toda a região tem de reconhecer a situação crítica enfrentada pelo Líbano e suas severas implicações para o futuro de nossas nações”, acrescentou.

Oficiais libaneses não comentaram até o momento sobre a agenda oficial de Araghchi no país, mas analistas esperam abordar sobretudo a crise na fronteira sul, sob campanha da infantaria israelense, até então repelida pelo Hezbollah.

As discussões devem orbitar também o apoio de Teerã ao Hezbollah e as consequências amplas da conjuntura em termos geopolíticos.

Hezbollah e Israel trocam disparos transfronteiriços desde outubro último, no contexto do genocídio israelense em Gaza, com mais de 41.800 mortos, 96 mil feridos e dois milhões de desabrigados em um ano.

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No Líbano, Israel matou ao menos 1.947 pessoas, além de 9.400 feridos — destes, cerca de mil mortos e três mil feridos desde 23 de setembro, com a escalada israelense no front norte. Estima-se ainda 1.2 milhão de deslocados à força em duas semanas.

Analistas advertem há meses que somente um cessar-fogo em Gaza — e agora no Líbano — podem conter uma guerra regional.

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