Argentina se soma aos protestos mundiais e faz vigília pela Palestina

Argentina faz vigília por Palestina desde a véspera do aniversário de um ano da guerra de genocídio promovida por Israel. Em 6 de outubro de 2024, Buenos Aires, Argentina [Bruno Falci/ Monitor do Oriente Médio]

Um ano depois do início da operação mais sangrenta e criminosa do estado sionista contra o povo palestino e do aprofundamento do etno genocídio que já dura 76 anos e que nas últimas semanas,se expandiu aos países vizinhos. Ocorreu no domingo, (6/10), à noite, uma vigília, com velas e orações inter-religiosas, na Plaza de Mayo, onde se situa a Casa Rosada, sede do governo argentino, em memória dos assassinados, feridos e vítimas dos crimes de guerra de Israel.

O ato foi convocado por entidades do Coletivo Árabe-Argentino de Buenos Aires. Com a presença principalmente da comunidade árabe na Argentina, com suas famílias e crianças, com bandeiras argentinas, palestinas e das nações atacadas, como Líbano e Síria.

Com o objetivo central de denunciar a destruição da Faixa de Gaza, com as mais de 42 mil mortes de palestinos, as centenas de feridos e desaparecidos sob os escombros, além dos ataques e assassinatos na Cisjordânia, através dos colonos com o apoio do exército do sionista.

Nos últimos dias, Israel tem lançado mais de uma centena de bombardeamentos no Líbano, não só na sua fronteira sul, mas também na capital Beirute, causando milhares de mortes e famílias inteiras que têm de fugir das suas casas e estão a dormir neste momento. nas ruas porque não têm para onde ir.

Estas ações, que já custaram a vida a muitos líderes do Hezbollah, abrem a porta a uma guerra regional de dimensões imprevisíveis.

Este é o rastro de morte e destruição no Médio Oriente levado a cabo pelo Estado de Israel – 42.000 palestinianos mortos em Gaza, outros 700 na Cisjordânia, mais um número próximo de 2.000 nos primeiros bombardeamentos no Líbano – também é produzido pelo Ocidente.

Apesar do enorme repúdio internacional aos crimes de guerra do Estado de Israel, e do seu crescente isolamento, Netanyahu conta com o apoio incondicional dos Estados Unidos e de potências europeias como a França e o Reino Unido (aos quais se somam alguns outros lacaios, como Milei) que fornecem armas e cobertura diplomática para as suas guerras genocidas.

Repúdio ao genocídio

Também ocorreram manifestações pacifistas com multidões de pessoas, conduzindo faixas e bandeiras palestina e libanesas, no último sábado, 5, em Londres, Roma, Paris e Madrid,  nos Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Chile e Venezuela,  para lembrar o início  do conflito entre Israel e o Hamas e expressar o seu repúdio à ofensiva israelense em Gaza.

As marchas se caracterizaram pela sua forte condenação das ações militares de Israel e pela sua exigência de uma cessação imediata das hostilidades, bem como pelas críticas ao papel dos Estados Unidos no conflito.

Em Washington, centenas de manifestantes reuniram-se em frente à Casa Branca para pedir o fim da guerra em Gaza e denunciar o apoio financeiro e militar dos EUA a Israel. Os participantes carregaram faixas com mensagens como “acabar com o cerco a Gaza agora” e acusaram o presidente Joe Biden de ser cúmplice do genocídio contra o povo palestino.

O protesto em Londres foi liderado, entre outros, pelo ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn  e pelo ex-primeiro-ministro escocês Humza Yousaf.

Em Roma, uma marcha na qual participaram milhares de pessoas levou a confrontos entre manifestantes pró-palestinos e a polícia, com lançamento de garrafas, fogos de artifício, gás lacrimogêneo e canhões de água. “Queremos que Gaza seja livre!”, gritaram os manifestantes.

Em Madrid, a manifestação reuniu cerca de 5.000 pessoas, com faixas com slogans como “Boicote Israel” ou “A humanidade morreu em Gaza”.

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Em Caracas, centenas de apoiantes do governo de Nicolás Maduro e membros da comunidade árabe na Venezuela protestaram em frente à sede da ONU. Com uma bandeira da Palestina de 25 metros e gritando “Viva a Palestina livre!” ou “Irã, Irã, atingiu Tel Aviv”, os chavistas entregaram um documento ao organismo multilateral para pedir o fim do “genocídio” do povo palestino.

Em Paris, várias centenas de pessoas marcharam para mostrar a sua “solidariedade com os palestinos e libaneses”.

Enquanto em Dublin, várias centenas de pessoas manifestaram o seu apoio aos habitantes de Gaza com gritos de “liberdade e justiça para os palestinianos”.

Na África do Sul, no centro da Cidade do Cabo, centenas de pessoas manifestaram-se agitando bandeiras palestinas e gritando slogans como “Israel é um Estado racista”. Os manifestantes, muitos deles usando lenço de estilo beduíno (kefia), símbolo da luta palestina contra Israel, marcharam em direção ao Parlamento sul-africano.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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