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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel mata jornalista de 19 anos em Gaza, soma 175 vítimas em apenas um ano

Jornalistas protestam no Hospital Nasser, em Khan Younis, em Gaza, contra os ataques israelenses à categoria, após a morte de Hassan Hamad, cinegrafista da agência Anadolu, em 6 de outubro de 2024 [Doaa Albaz/Agência Anadolu]
Jornalistas protestam no Hospital Nasser, em Khan Younis, em Gaza, contra os ataques israelenses à categoria, após a morte de Hassan Hamad, cinegrafista da agência Anadolu, em 6 de outubro de 2024 [Doaa Albaz/Agência Anadolu]

Um ataque aéreo israelense resultou em mais um jornalista morto em Gaza, confirmou no domingo, 6 de outubro, o gabinete de imprensa do governo local, levando o total de baixas na categoria a 175 vítimas fatais em apenas um ano.

“Condenamos nos mais firmes termos os ataques e assassinatos da ocupação israelense contra os jornalistas palestinos”, declarou a nota, ao exortar da comunidade internacional que aja para “responsabilizar e dissuadir a ocupação de seus crimes”.

A vítima foi identificada como Hassan Hamad, de somente 19 anos, morto por um ataque a sua residência no campo de refugiados de Jabaliya, no norte do enclave.

Dias antes, o jovem repórter — que trabalhava como freelancer para Al Jazeera, Anadolu e outras redes — denunciou ameaças do exército israelense, via WhatsApp e telefonemas, para que deixasse de documentar o genocídio de seu povo.

“Hassan Hamad, repórter que não passou dos 20 anos de idade, resistiu um ano inteiro a sua maneira”, escreveu um colega nas redes do jornalista. “Resistiu ao ficar longe de sua família para protegê-los. Resistiu ao buscar um sinal de internet, passando uma hora ou duas em cima dos telhados, para enviar vídeos baixados em questão de segundos”.

“Às 6 horas da manhã, me ligou para enviar seu último vídeo”, prosseguiu o relato. “Após uma ligação de somente alguns segundos, disse: ‘Eles estão aqui, aqui estão, acabou’ — então desligou”.

Conforme imagens verificadas pela rede Al Jazeera, o corpo de Hamad foi encontrado em pedaços, recolhido em sacolas após o ataque de Israel. “Foi isso que sobrou dele”, disse um colega em postagem no Instagram.

O assassinato coincide com denúncias de que Israel ataca deliberadamente profissionais de imprensa a fim de encobrir seus crimes em Gaza.

Em nota na sexta-feira (4), pareceu antever Carlos Martínez de la Serna, diretor do Comitê para Proteção aos Jornalistas (CPJ): “Cada vez que um jornalista é morto, ferido, preso ou exilado, perdemos fragmentos da verdade. Aqueles responsáveis enfrentam dois juízos: o primeiro sob a lei internacional; o segundo, sob a história”.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro de 2023, em punição coletiva a uma operação transfronteiriça do grupo palestino Hamas que capturou colonos e soldados.

Estima-se em torno de 41.900 mortos em Gaza em doze meses — em maioria, mulheres e crianças —, além de 97.100 feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco absoluto, isto é, sem comida, água, combustível ou medicamentos.

As ações de Israel seguem em desacato a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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