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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Foguetes do Hezbollah superam Domo de Ferro, atingem Haifa e bases de Israel

Mísseis sobrevoam a cidade portuária de Haifa, no norte do território designado Israel, em 27 de setembro de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

O exército israelense admitiu nesta terça-feira (8) que ao menos cem foguetes disparados pelo grupo libanês Hezbollah atingiram a cidade de Haifa, na Palestina histórica — isto é, no território ocupado em 1948 —, incluindo bases militares do Estado de apartheid.

Comunicados oficiais emitidos em sequência confirmaram duas baterias: a primeira com 85 mísseis, a segunda com outros 20 projéteis.

Segundo os relatos, parte dos foguetes foi interceptado, embora a imprensa local retrate o caso como maior incidente na cidade portuária desde o início da troca de disparos entre Israel e Hezbollah há um ano, no contexto do genocídio em Gaza.

Sirenes dispararam em toda a região.

Uma mulher em seus 70 anos de idade foi levemente ferida, alegou, a princípio, o serviço de ambulâncias israelense Magen David Adom, na rede social X (Twitter). Busca e resgate, no entanto, continuam.

O movimento libanês Hezbollah corroborou os disparos, com alvos em tropas israelenses no chamado front norte, em Shlomi, Hanita e Marj, após um míssil atingir a base de Glilot perto de Tel Aviv — local que abriga a sede do Mossad.

Posições de artilharia israelense nos colonatos Dishon e Dalton também foram alvejadas, assim como tropas invasoras nos arredores de Yaroun — aldeia libanesa na fronteira com Israel.

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O exército israelense relatou também ter detectado cinco foguetes na região central, com parte interceptada; outros caídos em áreas abertas.

Segundo a rede de notícias Al Jazeera, os foguetes foram disparados do sul do Líbano em direção à bases e posições adversárias na chamada Alta Galileia.

No domingo, 6 de outubro, à véspera do primeiro aniversário da crise, o Hezbollah lançou mísseis Fadi I — menos poderosos, de médio alcance — a Haifa e Tiberias, ao atravessar o Domo de Ferro, conhecida sistema antiaéreo das forças de Israel.

Houve ao menos dez feridos, dentre os quais, um homem que caiu da janela pelo impacto dos mísseis. Em um colonato de Tiberias, outro indivíduo foi atingido por estilhaço.

Um israelense disse ouvir um barulho alto pouco antes de saber do ataque. “Fugi logo em seguida. A princípio, não vimos feridos, então vi aquilo”, declarou em vídeo, ao apontar a um prédio com as janelas estilhaçadas. “Entrei e encontrei quatro feridos”.

O Hezbollah, em tom de desafio, insiste atacar infraestrutura militar do Estado ocupante, ao expressar, contudo, fracasso da doutrina de dissuasão israelense, além de capacidade e disposição para manter sua resistência.

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Haifa é a maior cidade no norte do território designado Israel, como centro portuário, com forte presença militar e uma população de 300 mil pessoas. A cidade mediterrânea fica a apenas 30km da fronteira libanesa.

O Hezbollah parece intensificar suas ações, após Israel invadir o Líbano por terra há uma semana — forçado a recuar, no entanto, por batalhões do movimento.

Israel, no entanto, mantém disparos intensos a Beirute e outras cidades libanesas — além das aldeias rurais na zona de fronteira. São cerca de três mil mortos, sete mil feridos e 1.2 milhão de deslocados à força — a maioria, em apenas uma quinzena.

A deflagração do Líbano sucede um ano do genocídio em Gaza, com 42 mil mortos, 97 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco total israelense — sem comida, água ou medicamentos.

As ações israelenses são genocídio, como ressalta a denúncia da África do Sul ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), deferida em 26 de janeiro, levando o Estado ocupante a uma série de reveses sem precedentes, no banco dos réus da corte em Haia.

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