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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Milhares vão à Plaza de Mayo no 7 de Outubro em apoio à Palestina contra o genocídio

Passou-se um ano desde os múltiplos ataques surpresa do grupo islâmico Hamas, que rompeu o isolamento forçado de Gaza, contra Israel, num acontecimento sem precedentes.

Nesta segunda-feira, 7 de outubro, a partir das 17 horas, o Comitê Argentino de Solidariedade ao Povo Palestino realizou um comício na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, onde está situada a Casa Rosada, sede do governo argentino, para manifestar-se contra o que, com o passar dos meses, se tornou um verdadeiro genocídio de Israel contra os habitantes da Faixa de Gaza.

As organizações que compõem o Comitê Argentino de Solidariedade ao Povo Palestino realizaram este comício e jornada cultural para denunciar a destruição da Faixa de Gaza, com as mais de 42 mil mortes de palestinos, as centenas de feridos e desaparecidos sob os escombros, em além dos ataques e assassinatos na Cisjordânia, através dos colonos com o apoio do exército do Estado de Israel. Esta semana marca um ano desde que começou os crimes de guerra de Israel em Gaza, após os acontecimentos de 7 de outubro, que mudaram todo o panorama no Oriente Médio.

Gaza está devastada, com mais de 43 mil palestinos assassinados, sendo a maioria mulheres e crianças, e milhões de deslocados, uma população dizimada pela doença e pela fome, hospitais e escolas transformados em escombros. São 2,3 mi pessoas vivendo em tendas improvisadas, sem água potável, sem comida suficiente e com um sistema de saúde praticamente inexistente.

Israel é acusado de violar leis humanitárias e foi denunciado ao Tribunal Penal Internacional.

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Presente ao ato, o prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel declarou que “Israel é um Estado genocida que atenta não só contra a vida de um povo, mas também contra a sua dignidade. Estamos aqui para recordar   a  gravíssima agressão de Israel ao povo palestino. Eu proponho a cada um de vocês que nos manifestemos em solidariedade com o povo palestino. Eu proponho aplaudir para chamar bem alto a consciência mundial sobre a tragédia que vive esse povo”.

Esquivel acrescentou:

“Aqui, diante dessa diversidade de pessoas há muitas organizações sociais e muitos setores da sociedade, pois o que se passa com a Palestina não se pode acontecer em cada um de nós. Viva o povo palestino! Basta de armas! Teremos que buscar a paz. Teremos que encontrar um caminho de unidade. Nenhum passo atrás. Eu creio que hoje estamos aqui para recordar e para fortalecer a luta que também é nossa.  Muita força e muita esperança. Hasta la victoria siempre!”

Massacres sem fim

Durante este ano, Israel continuou os seus ataques na Cisjordânia e o lançamento de mísseis no sul do Líbano. Os ataques israelenses no Líbano desde finais de Setembro mataram 1.400 pessoas, incluindo civis, pessoal médico e combatentes do Hezbollah.

Além disso, 1,2 milhões de pessoas foram deslocadas. Nas últimas semanas, Netanyahu expandiu a sua ofensiva contra o Hezbollah, assassinando os seus principais líderes, seguida por uma incursão terrestre no Líbano e pesados bombardeamentos em Beirute, pela primeira vez desde 2006.

Os massacres cometidos por Israel, com o apoio aberto dos Estados Unidos e a cumplicidade da União Europeia, geraram um enorme movimento de solidariedade com o povo palestino em todo o mundo, O braço armado do movimento palestino Hamas afirmou, nesta segunda-feira (7), que travará uma “longa batalha de desgaste” contra Israel, um ano após o ataque de 7 de outubro contra o território israelense que desencadeou o atual genocídio na Faixa de Gaza.

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“A nossa escolha é continuar o nosso confronto numa longa, dolorosa e dispendiosa batalha de desgaste para os nossos inimigos”, disse o porta-voz das Brigadas Ezedin al Qassam, Abu Obeida, num vídeo transmitido pela emissora Al Jazeera, no Qatar.

Segundo a agência Associated Press, o Hamas assinalou o aniversário do seu ataque de 7 de Outubro de 2023 com uma saraivada de foguetes contra Tel Aviv, demonstrando a sua resiliência após um ano de guerra e devastação em Gaza. O grupo político e paramilitar libanês Hezbollah, que tem disparado projéteis contra Israel no ano passado em apoio ao seu aliado Hamas, lançou mais de 170 foguetes na segunda-feira.

Enquanto o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu prometia continuar a brutal campanha israelita em todas as frentes, os militares relataram que os seus aviões de guerra lançaram 120 ataques numa hora no sul do Líbano.

Uma ofensiva anterior ceifou a vida de pelo menos 10 bombeiros libaneses, as vítimas mais recentes entre os socorristas nas últimas semanas, segundo o Ministério da Saúde do país. Na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel, soldados israelenses atiraram e mataram um menino palestino de 12 anos em um campo de refugiados, informaram autoridades de saúde palestinas.

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Um ano depois do ataque surpresa do Hamas, a guerra na Faixa de Gaza continua, ao mesmo tempo que Israel luta numa nova frente contra o Hezbollah no Líbano, onde intensificou a sua campanha de bombardeamentos nas últimas três semanas. Há também um conflito crescente com o Irã – que apoia o Hamas e o Hezbollah – e que ameaça mergulhar a região numa conflagração ainda mais perigosa.

A guerra também continua devido à forma como cada lado combate. O Hamas luta como uma força de guerrilha, escondendo-se numa vasta rede de túneis, tornando difícil para Israel desferir um golpe decisivo. E quando Israel tomou partes de Gaza, na maioria dos casos desistiu desses ganhos ao perceber a impossibilidade de manter o território.

Bruno Falci, de Buenos Aires, para o Monitor do Oriente Médio

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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