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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Relatora da ONU critica ataques israelenses em Gaza como “terrorismo psicológico”

Familiares dos mortos que perderam suas vidas no ataque do exército israelense a uma casa no campo de refugiados de Bureij choram durante a cerimônia fúnebre após os corpos dos mortos terem sido retirados do necrotério do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa em Deir al-Balah, Gaza, em 08 de outubro de 2024 [Ali Jadallah/ Agência Anadolu]

A relatora especial da ONU para direitos humanos, Tlaleng Mofokeng, condenou os ataques israelenses na Faixa de Gaza, rotulando-os de “terrorismo psicológico” e indicativos de um plano genocida.

Mofokeng enfatizou que a guerra em andamento de Israel contra Gaza impactou severamente a saúde mental dos moradores palestinos. Ela também expressou séria preocupação com a deterioração do acesso a serviços de saúde e tratamento na região, afirmando que a violência em andamento agravou o impacto psicológico na população.

“A quantidade de ansiedade e a exposição ao trauma, bem como o nível de antecipação da violência, são muito anormais”, disse ela.

Ela também destacou que 50 por cento dos habitantes de Gaza já sofriam de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) antes da violência implacável que vêm sofrendo desde 7 de outubro de 2023.

“Temos que falar sobre isso como uma imposição deliberada de trauma mental”, acrescentou. “Os impactos psicológicos, manifestando-se como ansiedade, pesadelos, depressão e perda de memória, são agravados pela ausência de recursos adequados de saúde mental.”

LEIA: O que seremos depois de um ano de genocídio palestino

“Há uma geração inteira de crianças em Gaza que morreram ou mal sobreviveram antes mesmo de receberem suas certidões de nascimento.” Aqueles que sobrevivem, ela observou, sofrem com desafios de saúde mental duradouros de violência constante, medo e perda, o que ela disse que prejudicará sua capacidade de funcionar como adultos.

“Já falhamos com a geração de Gaza”, ela disse. “De que futuro estamos falando, de que geração estamos falando se não conseguimos nem parar as bombas agora mesmo?”

Ela criticou a ONU por conduzir discussões em Nova York durante a Cúpula para o Futuro, ao mesmo tempo em que não conseguiu interromper o bombardeio em andamento na “maior prisão a céu aberto do mundo”, que está enfrentando um genocídio. O relator especial destacou a destruição de casas e instalações de saúde, juntamente com o acesso restrito a serviços essenciais, como parte de uma estratégia que visa manter a população de Gaza em um estado de medo e incerteza constantes, piorando ainda mais a crise de saúde mental.

“É terror psicológico e faz parte do plano genocida deles”, afirmou Mofokeng. Enfatizando a urgência de uma ação imediata, ela pediu um cessar-fogo para permitir qualquer forma de recuperação. Sem um cessar-fogo e os esforços de reconstrução necessários, ela alertou que o caminho para restaurar os serviços de saúde permanece incerto.

Israel matou mais de 41.900 palestinos em Gaza desde 7 de outubro do ano passado e deslocou 90 por cento da população do enclave. O estado de apartheid enfrenta acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ) por suas ações em Gaza.

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