O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (10) que seu governo enviará novas remessas de armamentos a Israel, após um ano de genocídio conduzido na Faixa de Gaza sitiada.
Seu posicionamento contradiz falas recentes do presidente francês, Emmanuel Macron, ao sugerir uma cisão entre ambos os líderes da União Europeia. Após a crise em Gaza se estender ao Líbano, Macron chegou a pedir um embargo de armas a Israel.
Diante do parlamento alemão (Bundestag), durante sessão para o primeiro aniversário de 7 de outubro, destacou Scholz: “Nós, no governo, tomamos decisões para assegurar que mais armas sejam entregues em breve. Decidimos não cessar os envios”.
“Entregamos armas e continuaremos a fazê-lo”, prometeu o chanceler, sob demandas da oposição — incluindo social-democratas e extrema-direita — para não romper a suposta “solidariedade a Israel”.
Scholz não deu detalhes sobre as remessas, como tipo, quantidade ou propósito.
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Ativistas alemães mantém protestos por cessar-fogo em Gaza apesar de brutal repressão do Estado. Manifestações reúnem não apenas árabes, palestinos e descendentes, como cidadãos nativos e membros da diáspora turca e da comunidade judaica no país.
Desde a deflagração do genocídio em Gaza, a Alemanha recorre a uma distorção de sua responsabilidade pelo Holocausto nazista para defender as violações de Israel, incluindo ao projetar práticas de antissemitismo aos palestinos, ao expulsá-los de universidades ou negar cidadania, descrevendo-os como “apátridas”.
Instituições na Alemanha tentam também proibir ou criminalizar o ativismo pró-Palestina, em detrimento de seus princípios declarados de democracia e liberdade de assembleia, expressão e manifestação.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro último, como retaliação e punição coletiva a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados.
Tel Aviv estima, desde então, 1.200 mortos pela operação — contudo, sob campanha de desinformação e propaganda de guerra, incluindo evidências de “fogo amigo” registradas pelo jornal Haaretz, com ordens gravadas de comandantes para atirar nos reféns.
Em Gaza, são cerca de 42 mil mortos, 97 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco militar absoluto — sem comida, água ou medicamentos. Dentre as fatalidades, ao menos 16.700 são crianças.
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O discurso desumanizante adotado por Israel para justificar a violência em Gaza costuma ser associado a jargões nazistas, com líderes coloniais descrevendo os palestinos como “animais humanos”, “crianças das trevas”, entre outras expressões supremacistas.
As ações de Israel seguem em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia de genocídio deferida em janeiro.