Josep Borrell, alto-representante da União Europeia para Relações Internacionais, alertou nesta quinta-feira (10) que os recentes ataques do exército israelense à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), no sul do país, são “inaceitáveis e injustificados”.
Em postagem na rede social X (Twitter), declarou Borrell: “Outro limite foi perigosamente atravessado, no Líbano: o exército israelense atacando tropas de paz das Nações Unidas cujas posições são bem conhecidas”.
Para Borrell, “não há qualquer justificativa para essas ações”.
O chefe de diplomacia da Europa reiterou o apoio de seu bloco à Unifil e ao seu mandato, deferido pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Na manhã de quinta, a Unifil emitiu um comunicado em que denunciou Israel por ataques sucessivos a sua sede em Naqoura, no sul do Líbano, e outras posições próximas.
Borrell insistiu também que Israel tem obrigação de garantir a segurança de funcionários, agentes e instalações da ONU, e deve respeitar “a santidade de suas premissas”.
“Qualquer ataque deliberado às missões de paz equivale a uma gravíssima violação da lei humanitária internacional e da Resolução 1701 do Conselho de Segurança”, reafirmou a missão de paz, ao recordar os termos de cessar-fogo no Líbano de 2006.
Desde 23 de setembro, Israel intensificou os ataques ao Líbano, incluindo bombardeios a Beirute e aldeias e cidades e uma invasão por terra — até então frustrada pelo movimento Hezbollah. A escalada no Líbano sucede um ano de genocídio em Gaza.
As ações de Israel seguem em desacato de resoluções da ONU e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia — onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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