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Israel nega combustível a hospitais no norte, denunciam oficiais de Gaza

11 de outubro de 2024, às 13h34

Pacientes, incluindo crianças, vitimadas pelos bombardeios de Israel, em tratamento no Hospital Indonésio, na Cidade de Gaza, em 10 de setembro de 2024 [Khalil Ramzi Alkahlut/Agência Anadolu via Getty Images]

O exército israelense está obstruindo o acesso de caminhões de combustível a hospitais no norte de Gaza, em meio a uma nova escalada de sua ofensiva militar contra a região, a fim de evacuá-la dos palestinos nativos.

O alerta foi deferido por autoridades locais nesta quinta-feira (10).

A ofensiva israelense no norte seguiu pelo quinto dia consecutivo com a intensificação do cerco militar imposto à área, reportaram testemunhas.

O exército da ocupação ordenou a evacuação de três novos hospitais dentro de 24 horas, como parte de sua agressão em curso.

Segundo o gabinete de comunicação do governo de Gaza: “Forças israelenses obstruíram as entregas de óleo diesel a hospitais do norte pelo quinto dia seguido. Todos os hospitais e clínicas estão sob risco de fechar em 24 horas”.

De acordo com o comunicado, trata-se de um “crime absolutamente orquestrado” com o intuito de sabotar o sistema de saúde na região norte, que abriga hoje 700 mil pessoas.

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Em vídeo postado nas redes sociais, o diretor-chefe do Hospital Kamal Adwan, na Cidade de Gaza, dr. Hussam Abu Safiya, reiterou que a situação é “catastrófica”, com chances de piora no próximo dia caso os hospitais permaneçam sob embargo.

“Enfrentamos uma catástrofe humanitária caso não tenhamos combustível”, confirmou o médico, sob sítio militar ilegal.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há um ano, com ao menos 42 mil mortos e 97 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados sob cerco militar quase absoluto — sem comida, água, medicamentos ou combustível.

Entre as fatalidades, ao menos 16.700 são crianças.

Estima-se que dois terços dos hospitais do enclave estejam inoperantes; o restante, com cuidados limitados devido a sucessivas incursões militares, incluindo destruição de alas de cirurgia, terapia intensiva, hemodiálise, tratamento de câncer e outras.

As ações israelenses são crime de guerra, punição coletiva e genocídio, como investigado pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia da África do Sul deferida em janeiro.

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