Israel nega combustível a hospitais no norte, denunciam oficiais de Gaza

O exército israelense está obstruindo o acesso de caminhões de combustível a hospitais no norte de Gaza, em meio a uma nova escalada de sua ofensiva militar contra a região, a fim de evacuá-la dos palestinos nativos.

O alerta foi deferido por autoridades locais nesta quinta-feira (10).

A ofensiva israelense no norte seguiu pelo quinto dia consecutivo com a intensificação do cerco militar imposto à área, reportaram testemunhas.

O exército da ocupação ordenou a evacuação de três novos hospitais dentro de 24 horas, como parte de sua agressão em curso.

Segundo o gabinete de comunicação do governo de Gaza: “Forças israelenses obstruíram as entregas de óleo diesel a hospitais do norte pelo quinto dia seguido. Todos os hospitais e clínicas estão sob risco de fechar em 24 horas”.

De acordo com o comunicado, trata-se de um “crime absolutamente orquestrado” com o intuito de sabotar o sistema de saúde na região norte, que abriga hoje 700 mil pessoas.

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Em vídeo postado nas redes sociais, o diretor-chefe do Hospital Kamal Adwan, na Cidade de Gaza, dr. Hussam Abu Safiya, reiterou que a situação é “catastrófica”, com chances de piora no próximo dia caso os hospitais permaneçam sob embargo.

“Enfrentamos uma catástrofe humanitária caso não tenhamos combustível”, confirmou o médico, sob sítio militar ilegal.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há um ano, com ao menos 42 mil mortos e 97 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados sob cerco militar quase absoluto — sem comida, água, medicamentos ou combustível.

Entre as fatalidades, ao menos 16.700 são crianças.

Estima-se que dois terços dos hospitais do enclave estejam inoperantes; o restante, com cuidados limitados devido a sucessivas incursões militares, incluindo destruição de alas de cirurgia, terapia intensiva, hemodiálise, tratamento de câncer e outras.

As ações israelenses são crime de guerra, punição coletiva e genocídio, como investigado pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia da África do Sul deferida em janeiro.

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