Resiliência palestina em Jabaliya frustra planos de evacuação de Israel

A resiliência dos palestinos no campo de refugiados de Jabaliya, no norte de Gaza, e a sua recusa em aderir às mais novas ordens de evacuação do exército israelense frustraram a implementação de “planos de generais” em Tel Aviv para despovoar a região, informou na sexta-feira (11) o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth.

No último domingo (6), o exército anunciou o início de uma nova ofensiva contra Jabaliya, somada a um ataque de larga escala aos distritos leste e oeste do norte de Gaza, na mais intensa ofensiva à região desde o mês de maio.

Neste sentido, Israel instruiu cidadãos em Jabaliya, Beit Hanoun e Beit Lahia a novamente fugir ao sul, sob alertas das autoridades de Gaza contra “logros e mentiras”.

Segundo o Yedioth Ahronoth, “na semana passada, Gaza foi oficialmente designada como uma zona de combate secundária pelo exército de Israel, coincidindo com o lançamento de uma operação por terra no sul do Líbano”.

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“O exército encarregou a divisão regular meridional de invadir Jabaliya por um período de algumas semanas, devido à insistência incomum de seus residentes em não evacuar em direção ao sul”, acrescentou a reportagem.

A nota descreveu as novas operações como a terceira invasão terrestre a Jabaliya desde 7 de outubro de 2023, após duas campanhas em novembro e dezembro que devastaram a região.

Para o Yedioth Ahronoth, a persistência dos residentes em cumprir com as ordens “frustra os esforços práticos de implementar o que conhecemos como ‘planos dos generais’, a fim de evacuar a população do norte de Gaza”.

O esquema foi então comparado a uma operação preliminar, de menor escala, proposta pelo major-general reformado Giora Eiland, que sugeriu relocar 300 mil remanescentes no norte ao sul da Cidade de Gaza, via inspeção no chamado Corredor Netzarim.

Ao menos 22 palestinos foram mortos após um bombardeio israelense em Jabaliya nesta sexta, junto a outras três mortes na Cidade de Gaza. Conforme relatos, a região se tornou “ruínas”, sobretudo após um ataque similar a um “terremoto”.

Neste entremeio, Israel atacou abrigos e centros de saúde, como a clínica al-Remal, além de ordenar hospitais, como o Kamal Adwan, a fechar as portas, mediante um “sufocante” cerco que paralisou o serviço de ambulâncias.

Mohammed al-Tanani, cinegrafista da Al-Aqsa TV, foi morto em Jabaliya, pela agressão de Israel. Seu corpo foi levado ao Hospital Baptista al-Ahli, na Cidade de Gaza — velado por colegas.

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Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde outubro de 2023, em desacato a uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e determinações do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde é réu por genocídio desde janeiro.

Em Gaza, são ao menos 42 mil mortos e 98 mil feridos em um ano, além de dois milhões de desabrigados, sob cerco absoluto — sem comida, água ou medicamentos.

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