Ativistas pró-Palestina, convocados pelo grupo de judeus antissionistas Jewish Voice for Peace (JVP), realizaram na manhã desta segunda-feira (14) um protesto sit-in em frente à Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, da sigla em inglês), reportou a agência Anadolu.
Os manifestantes reforçaram apelos por um embargo de armas contra Israel, no contexto do genocídio em Gaza, desde outubro último, com mais de 42 mil mortos, 98 mil feridos e dois milhões de desabrigados no enclave sitiado.
Um vídeo postado na rede social X (Twitter) registrou os manifestantes entoando palavras de ordem, como:
“Gaza queima, Wall Street lucra! Embargo de armas já!”
O protesto teve início pouco antes da abertura da Bolsa de Valores, às 9h30 da manhã, no distrito financeiro de Manhattan, informou a NBC, ao citar um porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD).
Diversas prisões foram feitas, embora sem números exatos até então. Segundo o Jewish Voice por Peace, entre os manifestantes detidos, “arrastados pelos pés e mãos” da Bolsa de Valores, estão sobreviventes do Holocausto.
Conforme os organizadores do ato: “Ações de fabricantes de armas decolaram neste ano. A economia de guerra dos Estados Unidos lucra com o genocídio. Mais de 50 membros do Congresso, que investem em armas, continuam a enriquecer dia após dia”.
O Jewish Voice for Peace destacou que Washington “não arma Israel para proteger o povo judeu, mas sim por seus próprios interesses financeiros e coloniais”.
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“Nosso governo põe os ganhos das companhias de armas, dos mercadores da guerra e de acionistas acima das vidas humanas”, acrescentou.
As ações de Israel seguem com apoio do governo democrata de Joe Biden, a despeito das pressões domésticas à véspera das eleições presidenciais, em 20 de novembro, na qual sua vice, Kamala Harris, enfrenta o ex-mandatário republicano, Donald Trump.
Neste entremeio, judeus antissionistas — movimento crescente nos Estados Unidos e no mundo — vêm realizando atos por todo o país, incluindo atos similares no Capitólio e nas universidades, além de marchas, ocupações em gabinetes e mesmo greves.
A ofensiva segue também em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas por cessar-fogo — sob abstenção de Washington, após múltiplos vetos —, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia.
A corte deferiu em janeiro a denúncia sul-africana de genocídio, levando Tel Aviv ao banco dos réus pela primeira vez na história. Países que mantém negócios — incluindo venda de armas — são considerados cúmplices pela lei internacional.
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