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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Unifil mantém posições, apesar de ‘ataques diretos e deliberados’ de Israel

Soldados das Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) na região de Kafr Shuba, na província libanesa de Nabatieh, fronteira com Israel, 28 de agosto de 2023 [Houssam Shbaro/Agência Anadolu]

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) reafirmou que não abandonará suas posições apesar de “ataques diretos e deliberados” do exército de Israel, informou a rede de notícias Anadolu.

“Tropas de paz permanecerão em todos os seus postos e a bandeira das Nações Unidas continuará a tremular”, declarou o porta-voz Andrea Tenenti. “Continuaremos a trabalhar para implementar nosso mandato, apesar dos imensos desafios que enfrentamos”.

Ao longo da última semana, Israel manteve sucessivos ataques a bases e postos da Unifil no sul do Líbano, em meio a suas tentativas de invadir o país. Os ataques às tropas de paz levaram a condenação mundial e receios sobre avanços militares.

A crise coincide com uma intensificação dos ataques israelenses ao Líbano, com mais de 1.500 mortos, 4.500 feridos e 1.34 milhão de deslocados desde 23 de setembro. Soma-se ainda ao genocídio em Gaza, desde outubro de 2023, com 43 mil mortos, 99 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

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“Desde 8 de outubro, posições da ONU em Ras Naqoura, Labbouneh e Ramia sofreram ataques diretos e deliberados pelas Forças de Defesa de Israel [FDI, sic]”, relatou Tenenti. “Um tanque Merkava atingiu uma torre de vigilância em nossa base de Naqoura. Cinco de nossos soldados de paz foram feridos, incluindo dois diretamente atingidos na torre”.

Outros 15 capacetes-azuis — como são conhecidos os soldados da ONU — “sofreram os efeitos de uma espécie de fumaça dispersada pelas forças israelenses em Ramia”.

O oficial não deu detalhes, mas o uso de armas químicas por Israel, em Gaza e no Líbano, incluindo fósforo branco — substância proibida que deixa queimaduras graves e danos ao meio-ambiente —, é bem documentado.

Especialistas da ONU e grupos como Human Rights Watch (HRW) e Anistia Internacional confirmam as violações.

Protestos e planos 

Tenenti afirmou que a Unifil mantém “contato constante com as autoridades de ambos os lados da Linha Azul” — isto é, a fronteira de facto entre Líbano e Israel.

“Nosso chefe da missão e comandante das forças tem expressado diretamente às forças israelenses que seus ataques a posições da ONU e tropas de paz são inaceitáveis”, disse Tenenti. “Protestamos formalmente em carta contra os incidentes”.

LEIA: ‘Inaceitáveis’, diz Europa sobre ataques de Israel à missão de paz da ONU

Quanto às motivações, Tenenti alegou que Tel Aviv “não nos disse a razão pela qual estão atacando nossas posições, câmeras, redes de iluminação e comunicação”.

Tenenti ressaltou, no entanto, que a Unifil está preparada a “eventualidades”: “Ajustamos regularmente nossa postura e nossas atividades e temos planos de contingência prontos para serem ativadas caso absolutamente necessário”.

“Todos os agentes são lembrados de sua obrigação em garantir a segurança das tropas de paz e evitar quaisquer ações em sua direção”, acrescentou Tenenti. “São lembrados ainda que a inviolabilidade das premissas da ONU devem ser respeitadas a todo instante”.

O oficial reforçou apelos do Conselho de Segurança neste sentido.

Na terça-feira (15), António Guterres, secretário-geral da ONU, advertiu que os ataques às forças de paz “devem constituir crime de guerra”.

Atividades suspensas

Tetenti confirmou que as operações da Unifil foram interrompidas pela crise securitária.

“A Unifil não possui mandato humanitário, mas nossas tropas de paz costumam apoiar as comunidades da melhor maneira que podem”, reiterou. “Devido à situação de segurança das últimas semanas, a maioria dessas atividades foi suspensa”.

“Seguimos quando podemos”, concluiu o porta-voz, “incluindo com doações de produtos de higiene pessoal, fornos a lenha e outros itens ao povo de Kleyaa, ainda nesta semana”.

A Unifil, observou, contudo, age para facilitar o acesso de grupos humanitários a civis em diferentes aldeias no sul do Líbano, assolados pela recente escalada, incluindo comboios com dezenas de veículos.

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