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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Partido de Netanyahu planeja conferência para reassentamento ilegal de Gaza

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante reunião do gabinete de governo realizada no Museu de Terras Bíblicas em Jerusalém ocupada, em 5 de junho de 2024 [Gil Cohen-Magen/AFP via Getty Images]

A cúpula do partido Likud, liderado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve realizar na próxima semana uma conferência com objetivo de promover esforços de reassentamento na Faixa de Gaza ocupada, reportou a agência Anadolu.

Netanyahu nega, na arena internacional, buscar o retorno de colonos ilegais a Gaza. Seus ministros, deputados e líderes coloniais, contudo, promovem abertamente a iniciativa — retrocesso sobre a evacuação de 2005, embora sucedida pelo cerco.

O evento está previsto para a próxima segunda-feira (21), perto da fronteira de Gaza, sob o slogan supremacista “Gaza é nossa, para sempre”. Entre os organizadores está a ministra de Igualdade Social, May Golan, junto de colegas do Likud.

A comunidade internacional, incluindo Estados Unidos, diz se opor ao reassentamento no enclave, sobretudo no contexto do genocídio em curso, com uma crise sem precedentes de relações públicas e diplomacia para o regime ocupante.

Segundo o site de notícias israelense Walla, a medida deve prejudicar a defesa do país no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia da África do Sul deferida em janeiro.

Em julho, a mesma corte reconheceu, em decisão histórica, a ilegalidade da presença de colonos e soldados de Israel nos territórios palestinos ocupados desde 1967, ao exortar imediata evacuação dos colonatos e reparações aos nativos.

LEIA: A legitimidade de Israel foi construída sobre o Holocausto. Agora, seu próprio genocídio está destruindo-a

A conferência do Likud tem apoio de outros partidos e facções da coalizão, entre os quais, o partido supremacista Otzma Yehudit (Poder Judeu), do ministro de Segurança Nacional Itamar Ben-Gvir, e o bloco fundamentalista Sionismo Religioso, do ministro das Finanças Bezalel Smotrich.

Ben-Gvir e Smotrich defendem abertamente a anexação dos territórios palestinos e além — plano conhecido como “Grande Israel”. A proposta não é novidade e está no manifesto fundador do Likud, que promove a soberania israelense “do rio ao mar”.

Israel lançou sua campanha contra Gaza em outubro último, sob pretexto de combater o grupo Hamas. Neste entremeio, deixou ao menos 43 mil mortos e 99 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 16.700 são crianças.

Mais recentemente, Israel intensificou seus avanços ao Líbano, com 1.500 mortos, 4.500 feridos e 1.3 milhão de deslocados à força desde 23 de setembro.

Israel segue ainda em desacato de resoluções por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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