Rússia alerta Israel para ‘sequer considerar’ ataques a sítios nucleares do Irã

O governo da Rússia advertiu Israel para “sequer considerar” atacar instalações nucleares do Irã, destacou nesta quinta-feira (17) o vice-ministro de Relações Exteriores do Kremlin, Sergei Ryabjov, segundo informações da agência de notícias Tass.

Em 1° de outubro, o Irã disparou uma bateria de mísseis contra Israel pela segunda vez na história — a primeira em abril —, horas depois do Estado de apartheid invadir o Líbano por terra e em retaliação a uma onda de assassinatos políticos.

Desde então, líderes israelenses — incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu —, ameaçam uma tréplica contra instalações nucleares do Irã.

“Temos repetidamente alertado e continuaremos a alertar para que Israel, mesmo como hipótese, sequer considere a possibilidade de atacar infraestrutura e sítios nucleares [do Irã]”, comentou Ryabkov à imprensa.

“Este seria um desenvolvimento catastrófico e completa negativa de todos os princípios existentes na área de segurança nuclear”, acrescentou.

Ryabkov não esclareceu por quais meios Moscou emitiu sua mensagem a Tel Aviv.

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Israel e países ocidentais insistem que Teerã vem desenvolvendo bombas atômicas sob a prerrogativa de um programa de energia. O Irã nega as acusações.

Em 2015, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, firmou um acordo com Teerã por limites no enriquecimento de urânio em troca de corte nas sanções. Três anos depois, Donald Trump revogou o acordo unilateralmente, jamais restaurado por Joe Biden.

Israel, por sua vez, possui arsenal nuclear segundo diversos especialistas, muito embora não permita fiscalização, tampouco confirme ou negue os armamentos.

Na terça-feira (15), Netanyahu alegou ouvir os conselhos dos Estados Unidos, que pedem que se evite ataques a instalações nucleares ou de petróleo — porém, reiterou agir sobre interesses próprios.

O impasse sucede em um ano o genocídio israelense em Gaza, com 43 mil mortos, 99 mil feridos e dois milhões de desabrigados, além de uma escalada no Líbano, com ao menos 1.500 mortos, 4.500 feridos e 1.3 milhão de deslocados desde 23 de setembro.

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A imprensa estatal russa confirmou que sua chancelaria mantém contatos com o Irã, para acompanhar o desenvolvimento das tensões regionais.

A Rússia mantém laços estratégicos com o Irã no contexto da guerra civil na Síria, além do grupo Hezbollah, no Líbano. Segundo informações, os países se aproximaram ainda mais no contexto da guerra na Ucrânia.

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