O ministro da Saúde palestino, Majed Abu Ramadan, reportou que sua pasta, em parceria com órgãos internacionais, conseguiu imunizar 181.429 crianças com até dez anos contra a poliomielite no centro de Gaza, dentro de três dias.
A iniciativa reúne Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), além de ongs parceiras.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (17), Abu Ramadan observou ainda que reforços de vitamina A foram conferidos a 148.064 crianças de dois a dez anos, nos diversos centros de vacinação da região central, como parte da segunda fase dos esforços.
A campanha busca imunizar crianças após um primeiro caso sintomático da doença, em um bebê de dez meses, em meio ao colapso de saúde e à destruição da infraestrutura por conta do cerco militar e dos ataques de Israel.
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A meta, segundo a OMS, é imunizar 591.500 crianças no enclave, com a segunda dose da vacina oral. A primeira rodada foi implementada entre 1º e 12 de setembro, sob tréguas de três dias cada no centro, sul e norte de Gaza, atingindo 95% do público-alvo.
A segunda fase segue a estratégia, apesar de receios sobre a adesão de Israel, sobretudo em meio a uma intensificação dos ataques nas províncias ao norte.
Abu Ramadan confirmou o encerramento, nesta quinta, da campanha na área central, de modo que as ações seguirão às províncias meridionais de Khan Younis e Rafah, a partir de sábado (19), com previsão de quatro dias.
O Ministério da Saúde destacou que o êxito da campanha depende de trégua para que os trabalhadores consigam operar, sejam nos postos fixos ou móveis, e para que as famílias possam transitar até eles.
A cobertura vacinal contra pólio nos territórios palestinos é notavelmente alta, com 99% em 2022 — no entanto, registrou queda a 89% no final de 2023.
Casos de hepatite A, difteria e gastroenterite também atingem a população.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há um ano, com ao menos 43 mil mortos, 99 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Os avanços de Israel seguem em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.