Autoridades de saúde palestinas pediram na quarta-feira um corredor humanitário para três hospitais no norte de Gaza que quase entraram em colapso enquanto o exército de ocupação israelense isolou a área por quase duas semanas durante seu genocídio em andamento na Faixa de Gaza sitiada, informou a Reuters.
Médicos dos hospitais Kamal Adwan, Al-Awda e Indonesian se recusaram a deixar seus pacientes, apesar das ordens de evacuação emitidas pelos militares israelenses no início de um grande avanço na área de Jabalia, no norte de Gaza, há 12 dias.
“Estamos pedindo à comunidade internacional, à Cruz Vermelha e à Organização Mundial da Saúde que desempenhem seu papel humanitário abrindo um corredor em direção ao nosso sistema de saúde”, disse Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan. “Estamos falando de mais de 300 profissionais médicos trabalhando no Hospital Kamal Adwan, e não podemos fornecer nem uma única refeição para que eles possam oferecer serviços médicos com segurança.”
De acordo com Hadeel Obaid, supervisor de enfermagem do Hospital Indonésio, onde 28 pacientes estão sendo tratados, “Nada entrou no norte de Gaza. As pessoas estão morrendo de fome.”
LEIA: 902 famílias palestinas foram totalmente exterminadas em Gaza por Israel em um ano
Obaid destacou que apenas uma refeição está disponível por dia para todos, incluindo médicos, enfermeiros, pacientes e seus cuidadores. “É uma quantidade pequena, não é suficiente para um adulto.” Os suprimentos médicos, ela acrescentou, estão acabando devido às necessidades diárias dos feridos.
Autoridades de saúde palestinas disseram que a nova ofensiva israelense matou cerca de 350 palestinos em Jabalia e áreas próximas. Na Cidade de Gaza, na quarta-feira, um ataque aéreo israelense a uma casa matou 13 pessoas, disseram médicos.
Em sua atualização diária, o Ministério da Saúde de Gaza disse que ataques militares israelenses mataram 65 palestinos em todo o enclave nas últimas 24 horas.
A terrível situação humanitária provocou alarme mundial, com os Estados Unidos, o maior apoiador militar de Israel, emitindo um de seus avisos mais fortes de que Israel deve melhorar a situação ou enfrentar possíveis restrições à ajuda militar.
Falando à Reuters em Istambul, o alto funcionário do Hamas Basem Naim disse que as exigências dos EUA mostraram que Washington e Israel tinham apenas “diferenças táticas” enquanto “buscavam maneiras de implementar os mesmos objetivos”.
Naim observou que era difícil ter fé no pedido de Washington por mais ajuda e alívio humanitário para Gaza, quando está fornecendo bilhões de dólares em armas e assistência de segurança a Israel.
Este conteúdo da Middle East Monitor está licenciado sob uma Internacional Creative Commons Atribuição Não Comercial de Livre Compartilhamento (Attribution-NonCommercial-ShareAlike) 4.0.. Se a imagem tiver nosso crédito, essa licença também se aplica a ela. O que isso significa? Para permissões além do escopo desta licença, entre em contato conosco.
Detectou um erro nesta página? Informe-nos
