Primeira-ministra da Itália confirma embargo de armas contra Israel

6 meses ago

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou um embargo de armas contra Israel em meio à escalada no Líbano e na Faixa de Gaza, medida que o governo em Roma alerta preceder ações similares de outros países ocidentais.

Segundo a agência italiana Ansa, Meloni confirmou na terça-feira (15), durante debate no Senado que o governo “suspendeu imediatamente todas as novas licenças de exportação e todos os acordos assinados após 7 de outubro”.

De acordo com Meloni, autorizações de venda de armas estão agora sob “análise caso a caso, pela autoridade competente do Ministério de Relações Exteriores”. Porém, reiterou: “Temos bloqueado tudo”.

Meloni reconheceu que as políticas de seu governo “são muito mais restritivas do que as políticas adotadas por nossos parceiros — França, Alemanha e Reino Unido”.

Meloni destacou, como justificativa ao embargo, os ataques de Israel à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), cujo maior contribuinte, em termos de tropas enviadas, é precisamente a Itália.

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A premiê condenou os ataques no plenário em Roma, ao notar que “mesmo que não haja baixas ou danos extensivos, os taques de Israel à Unifil são inaceitáveis”.

Os comentários da primeira-ministra ultranacionalista coincidem, em rara ocasião, com a oposição à esquerda, cujo líder Giuseppe Conte, do Movimento Cinco Estrelas, ressaltou apelos ao embargo, assim como reconhecimento do Estado palestino, nesta semana.

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As declarações sucedem também alertas do presidente francês, Emmanuel Macron, que subiu o tom contra Israel após a invasão ao Líbano, em meio a uma escalada que deixou 2.300 mortos, dez mil feridos e 1.3 milhão de deslocados desde setembro.

A crise de relações públicas sem precedentes posta sobre o Estado israelense decorre do genocídio em Gaza, em curso há um ano, com ao menos 43 mil mortos, 99 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco absoluto.

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