Um proeminente dissidente saudita radicado no Reino Unido, que acusa a monarquia em seu país natal de persegui-lo com um spyware, está processando Riad nas cortes britânicas, após uma decisão judicial estabelecer jurisdição, informaram seus advogados nesta segunda-feira (21).
As informações são da agência de notícias Reuters.
Yahya Assiri — fundador do Partido da Assembleia Nacional (NAAS), de oposição ao regime, no exílio — denuncia o reino por invadir seus aparelhos eletrônicos com um software de vigilância, entre 2018 e 2020.
Assiri acusa a Arábia Saudita de recorrer ao sistema Pegasus, de fabricação israelense, denunciado por uso ilegal de diversos Estados compradores, entre outros mecanismos para espionar opositores.
As denúncias de Assiri devem seguir à Suprema Corte.
A embaixada saudita em Londres não comentou o caso até o momento.
Em 11 de outubro, o ministro da Suprema Corte britânica Roger Eastman autorizou Assiri a processar o governo saudita, medida requerida ao caso. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira.
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“Estou absolutamente ciente que as autoridades desejarão me atacar”, comentou Assiri. “Contudo, é ultrajante que elas nos persigam desta forma — nós, vítimas dos abusos de direitos, e nossas famílias na Arábia Saudita, simplesmente porque são pessoas que nos contactaram”.
O caso é mais recente de uma série de processos contra um Estado do Golfo por uso de spyware contra eventuais opositores no Reino Unido.
Ainda neste mês, uma Corte de Recursos negou um apelo do Bahrein por imunidade em um processo registrado por dois opositores, que denunciam o regime por hackear seus notebooks via spyware.
Em 2022, a Suprema Corte britânica rejeitou também um pedido saudita por imunidade, em um caso à parte levando por um dissidente no exílio, também envolvendo o spyware israelense Pegasus.
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