Mais de 300 artistas e acadêmicos espanhóis, dentre os quais, o diretor Pedro Almodóvar, vencedor do Oscar, assinaram uma carta aberta ao primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, para que o governo suspenda todo o comércio de árabes com Israel.
A medida sucede denúncias de que Madrid manteve acordos no contexto do genocídio na Faixa de Gaza, apesar de alegações contrárias.
Figuras notáveis do cinema, da música, da televisão e da academia na Espanha, por meio de sua carta, expressaram “profunda preocupação” com os laços militares do país com o Estado de Israel.
Dentre os signatários, estão a cineasta Isabel Coixet, os músicos Rozalen e Mikel Izar, os atores Aitana Sanchez-Gijon e Alba Flores, e o comediante Andreu Buenafuente.
“Enquanto a Espanha conservar suas relações militares com Israel, continuará cúmplice deste massacre”, advertiu a carta, ao demandar “medidas que imponham um embargo de armas abrangente contra Israel”.
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A carta condenou os “massacres diários” cometidos por forças israelenses na Palestina e no Líbano, e instou o governo progressista espanhol a assumir ações mais veementes em apoio aos povos de ambos os países, conforme seu compromisso declarado em defesa dos direitos humanos.
Além disso, argumentou que a Espanha tem um dever legal e moral de dar fim ao envio de armas e materiais militares a Israel, que alimentam a ocupação na Palestina e colaboram com mortes civis.
“A Espanha deve enxergar a cessação de toda transferência de combustível e materiais de uso militar como obrigação moral e dever sob a lei internacional”, reiterou a catar.
Apesar das declarações de Sánchez de ter suspendido as remessas em outubro passado, críticos — sobretudo do Partido Podemos — questionam a transparência das instituições espanholas.
Sánchez recentemente exortou lideranças da União Europeia a expandirem o embargo de armas a Israel e reconhecerem o Estado palestino, como maneira de ampliar a pressão a Israel por um cessar-fogo.
Em Gaza, são 43 mil mortos e 100 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados pela campanha israelense em um ano.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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