Dezessete pessoas foram mortas por um novo ataque israelense a uma escola convertida em abrigo a deslocados à força na Faixa de Gaza, no campo de refugiados de Nuseirat, no fim da tarde desta quinta-feira (24). A maioria das vítimas são crianças.
As informações são das agências de notícias Anadolu e Al Jazeera.
A colégio público Shuhadda, na região central, abrigava centenas de famílias deslocadas pela violência, quando então foi atingido por diversos mísseis.
Estima-se dezenas de feridos — muitos em estado grave —, transportados aos Hospitais al-Awda e al-Aqsa, ligeiramente ao norte, para tratamento, conforme correspondentes em campo da rede Al Jazeera.
Como em outras ocasiões, Israel justificou seu ataque ao alegar que a escola servia como “centro de comando e controle de terroristas do Hamas [sic]” — novamente, sem provas. Além disso, alegou tomar “muitas medidas” para reduzir os danos civis.
Entre os mortos, todavia: Hamad, de sete anos; Mahmoud, de oito; Moatassem, de cinco; e Mamdouh, de apenas 11 meses de idade; além de duas mulheres.
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Segundo o gabinete de imprensa do governo em Gaza, trata-se do 196º ataque de Israel a uma escola ou abrigo de Gaza, desde outubro de 2023.
“O exército da ocupação sabia que que a escola abrigava milhares de deslocados à força — a maioria, mulheres e crianças expulsas de suas casas pelos bombardeios”, reafirmou a assessoria palestina em nota.
“Este massacre ocorre em paralelo aos planos israelenses de dar cabo ao setor de saúde em Gaza, ao destruir seus hospitais”, acrescentou.
Outros 55 palestinos foram mortos em diversos ataques simultâneos em Gaza, levando o total de mortos a mais de 42.800 vítimas, dentre as quais, 16.700 crianças, além de mais de cem mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Conforme comunicado do Ministério da Saúde de Gaza, “a ocupação israelense cometeu quatro massacres de famílias nas últimas 24 horas, com 55 mortos e 132 feridos”.
“Diversas pessoas ainda estão presas debaixo dos escombros ou nas estradas, à medida que as equipes de resgate são impossibilitadas de alcançá-las”, acrescentou.
Israel age em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de ordens cautelares por fluxo humanitário deferidas pelo Tribunal Internacional de Justiça, onde o Estado ocupante é réu por genocídio desde janeiro.
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