No que é amplamente considerado uma campanha de difamação para obstruir o processo de líderes israelenses no Tribunal Penal Internacional (TPI), surgiram relatos de alegações contra o promotor-chefe Karim Khan KC sobre sua conduta com uma colega. A suposta vítima não fez uma reclamação formal, e Khan negou veementemente as alegações.
De acordo com o Daily Mail do Reino Unido, que relatou a história pela primeira vez, Khan sugeriu que uma campanha de difamação deliberada estava sendo travada contra ele e o TPI.
“Posso confirmar absolutamente que não há verdade nas sugestões de má conduta”, Khan teria dito. “Este é um momento em que eu e o Tribunal Penal Internacional estamos sujeitos a uma ampla gama de ataques e ameaças. Nos últimos meses, minha família, incluindo minha esposa e meu filho, também foram alvos.”
O Mecanismo de Supervisão Independente (IOM), que investiga alegações de má conduta no tribunal, confirmou que a suposta vítima decidiu não dar entrada em uma queixa formal. O assunto não avançou para uma fase de investigação.
As alegações surgem em meio à ação de alto perfil de Khan em maio para solicitar mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Yoav Gallant por supostos crimes contra a humanidade em Gaza. Desde que o pedido foi protocolado, no entanto, não houve nenhum progresso visível no caso.
O TPI enfrentou pressão internacional significativa em relação a potenciais investigações sobre autoridades israelenses. Essas últimas alegações contra Khan estão sendo vistas por observadores como parte de táticas contínuas de intimidação destinadas a impedir o trabalho do tribunal.
Khan, que foi eleito promotor do TPI em 2021, manteve seu comprometimento com a missão do tribunal, enfatizando que trabalhou globalmente por três décadas sem que nenhuma queixa desse tipo fosse registrada contra ele. Ele expressou disposição em cooperar totalmente com qualquer processo oficial, ao mesmo tempo em que reafirmou seu apoio às vítimas de assédio e abuso.
O momento e a natureza dessas alegações levantaram preocupações entre os defensores da justiça internacional sobre tentativas de minar a independência do TPI e suas investigações em andamento sobre supostos crimes de guerra.
Israel tem um histórico de intimidar, ameaçar e tentar chantagear funcionários do TPI em um esforço para frustrar o trabalho do tribunal. Em maio, descobriu-se que o ex-chefe do Mossad, a agência de inteligência de Israel, ameaçou pessoalmente Fatou Bensouda, a ex-promotora-chefe do TPI, e sua família em uma série de reuniões secretas. As ameaças faziam parte de uma campanha coordenada de difamação por Israel para minar Bensouda, que também envolveu o Mossad buscando ativamente informações comprometedoras sobre a promotora e seus familiares.
O ataque do Mossad a Bensouda foi apenas uma parte de uma “guerra” secreta de quase uma década travada por várias agências de inteligência israelenses contra o TPI.