Sob campanha do BDS, Starbucks confirma queda global nas vendas

A marca Starbucks reportou nesta quarta-feira (23) uma queda global de 7% nas vendas, no período entre julho e setembro deste ano, com perdas pelo terceiro trimestre seguido, segundo informações da agência de notícias Anadolu.

Os lucros por ação caíram 25% comparados com o mesmo período de 2023, abaixo de 80 centavos de dólar. Quedas na receita, estimada em US$9.1 bilhão, se consolidaram em 3%, com o fim do ano fiscal em 29 de setembro.

Brian Niccol, novo diretor executivo (CEO) da Starbucks, alegou que a empresa precisa de “mudanças fundamentais” para o próximo ano fiscal.

“A performance abaixo do esperado para a totalidade do ano fiscal resulta de um declínio elevado no tráfego, incluindo um ambiente consumidor cauteloso, e falta de melhora nos comportamentos do consumidor, apesar de investimentos, além do ambiente macro e da competitividade com a China, que pressiona os resultados”, disse a companhia em nota, ao adotar o jargão corporativo para justificar seus prejuízos.

Rachel Ruggeri, diretora financeira (CFO), reiterou que, apesar de maiores investimentos, não há mudança notável nas tendências de queda, mas prometeu planos para revitalizar os negócios a longo prazo.

O Starbucks enfrenta protestos e boicote internacional por contratos em favor de Israel e dos assentamentos ilegais nos territórios palestinos. A campanha é parte dos esforços de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), de iniciativa da sociedade civil palestina, nos moldes do movimento antiapartheid na África do Sul.

As ações de BDS ganharam tração no contexto do genocídio israelense na Faixa de Gaza, há um ano, com 42.800 mortos e cem mil feridos, além de dois milhões de desabrigados sob cerco absoluto — sem comida, água ou medicamentos.

O Starbucks reduziu ainda sua previsão de vendas dentre outubro e dezembro, devido ao impacto negativo do mercado no Oriente Médio e outros países, em particular.

As quedas acumuladas da rede de cafés são inéditas desde a pandemia de coronavírus, no ano de 2020.

Outras marcas multinacionais, como McDonald’s e Carrefour, também são notificadas como colaboradoras da ocupação, com recomendação de boicote.

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