Forças israelenses atacaram estudantes em idade escolar nesta quarta-feira (23), em al-Khader, ao sul de Belém, na Cisjordânia ocupada, reportou a agência Wafa.
Segundo fontes locais, durante invasão à cidade, soldados israelenses dispararam ao céu e lançaram gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral contra as crianças que deixavam sua escola.
Embora não haja confirmação de feridos, o ataque causou pânico generalizado dentre os estudantes, alguns deles perseguidos por soldados.
O complexo estudantil é localizado perto de uma estrada de uso exclusivo de colonos, ao lado do chamado Muro do Apartheid, que corta a Cisjordânia ocupada.
LEIA: Israel mata 165 crianças na Cisjordânia em um ano, alerta ONU
Incidentes se tornaram mais comuns e violentos com o início do ano letivo, com crianças palestinas sujeitas a assédio e agressão de soldados e colonos.
Israel intensificou seus avanços coloniais na Cisjordânia — incluindo pogroms em aldeias e cidades — no contexto do genocídio em Gaza, desde outubro de 2023, com cerca de 42 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Na Cisjordânia, são 760 mortos, 6.250 feridos e mais de 11 mil prisioneiros — em maioria, sem julgamento ou acusação — em uma campanha militar contra comunidades civis que dobrou a população carcerária palestina.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia da África do Sul deferida em janeiro.
A mesma corte reconheceu em julho, em decisão histórica, o caráter ilegal da ocupação israelense na Cisjordânia e em Jerusalém, ao instruir evacuação imediata dos soldados e colonos e reparações aos nativos.
LEIA: Israel ataca escola de Gaza pela 196ª vez; mata 17, incluindo crianças