O técnico paralímpico irlandês, Mark Rohan, disse à Anadolu na quinta-feira que a pressão dos patrocínios é a principal razão por trás do silêncio de atletas mundialmente famosos sobre a Palestina.
Rohan, 43, disse que as decisões tomadas pelas autoridades não são baseadas na vida humana ou em valores éticos, mas na receita, relata a Agência Anadolu.
“A FIFA, a FIBA e todas as outras instituições são fortemente dependentes das receitas de patrocínio”, disse ele.
Rohan indicou que quando nomes proeminentes como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e David Beckham permanecem em silêncio, os atletas de nível inferior se sentem incapazes de falar.
“A próxima geração, incluindo Erling Haaland ou Kylian Mbappe, não poderá falar porque ninguém está liderando o caminho”, disse ele.
Rohan disse que rostos famosos não ousam usar palavras como “Isso é errado”, “Eles estão matando uma nação de fome”, “Eles estão matando pessoas”, “Eles estão mirando pessoas” e “Eles estão criando genocídio”.
Ele enfatizou que líderes são necessários, pois enfatizou que grandes atletas precisam se apresentar para obter reação suficiente no mundo dos esportes.
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“Esses indivíduos precisam se apresentar e liderar. Infelizmente, nossos atletas de hoje não têm essa qualidade; eles não são nossos líderes”, disse ele.
Ele criticou os países ocidentais que são considerados do lado da justiça e dos direitos humanos por apoiar Israel.
“É muito estranho que a Inglaterra, a América e a Alemanha estejam com Israel”, acrescentou.
O genocídio em Gaza resultou em milhares de amputações
O técnico irlandês chamou a atenção para o fato de que a crise humanitária na Faixa de Gaza fez com que milhares perdessem membros.
“Atualmente, há cerca de 40.000 amputados em Gaza como resultado dos ataques em andamento. Esportes podem ser uma ferramenta importante para essas pessoas se agarrarem à vida”, ele disse.
Apesar de sua avaliação sombria, Rohan disse que fará o seu “melhor para treinar mais atletas nos próximos anos”.
Rohan é o vencedor de duas medalhas de ouro nas Paraolimpíadas de Verão de 2012.
Ele é o treinador da Equipe de Ciclismo Paraolímpico Gaza Sunbirds em Portugal e foi treinador voluntário da Equipe de Ciclismo Paraolímpico Gaza no último ano.
Israel continuou uma ofensiva brutal em Gaza desde um ataque no ano passado pelo grupo de resistência palestino, Hamas, apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigindo um cessar-fogo imediato.
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Mais de 42.800 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram mortas, e mais de 100.500 ficaram feridas, de acordo com autoridades de saúde locais.
O ataque israelense deslocou quase toda a população do território em meio a um bloqueio que levou a uma grave escassez de alimentos, água limpa e medicamentos.