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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ataque israelense a prédio residencial deixa 93 mortos no norte de Gaza

Cidadão palestino abraça o corpo de seu filho, morto por um ataque israelense ao campo de refugiados de Nuseirat, no Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, em 29 de outubro de 2024 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

Centenas de palestinos foram mortos ou estão desaparecidos, além de dezenas de feridos, devido a um único ataque israelense a um edifício residencial em Beit Lahia, no norte de Gaza, nesta terça-feira (29), reportou o Ministério da Saúde local, segundo informações da agência Reuters.

Imsail al-Thawabta, diretor de imprensa do governo em Gaza, confirmou 93 fatalidades. Paramédicos estimam que ao menos 20 crianças estão entre os mortos.

“Há ainda vítimas sob os escombros e nas estradas, sem que as ambulâncias ou equipes da defesa civil consigam alcançá-las”, acrescentou o ministério em comunicado.

O exército israelense sequer comentou o ataque.

Vídeos registraram dezenas de corpos envoltos em mortalhas e cobertores sobre o chão, do lado de fora do prédio bombardeado, de quatro andares. Outros corpos e alguns sobreviventes foram resgatados dos destroços, quando vizinhos se apressaram ao local.

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“Há dezenas de mártires; havia dezenas de pessoas deslocadas abrigadas neste prédio”, relatou Ismail Ouaida, testemunha que ajudou a recuperar os corpos, em vídeo. “O edifício foi bombardeado sem nenhum aviso. Como podem ver, há corpos por todo o lado e mesmo pedaços de corpos ainda nas paredes”.

Nesta segunda-feira (28), o Serviço de Emergência Civil da Palestina reportou aproximadamente cem mil pessoas presas em Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun, sob ataques de Israel, sem acesso a comida ou medicamentos.

Nesta terça, o Ministério da Saúde corroborou que os feridos pelo ataque sequer puderam receber ajuda médica, após soldados israelenses forçarem a evacuação dos trabalhadores de saúde do Hospital Kamal Adwan, nas proximidades.

“Casos críticos, sem intervenção, sucumbirão”, reiterou a pasta em nota.

Segundo o Serviço de Emergência Civil, as operações estão paralisadas devido às três semanas de ataques intensivos de Israel ao norte.

Sobreviventes notaram ter de escavar as ruínas com as próprias mãos em busca das vítimas. Um cidadão destacou ter tido de amputar a perna de uma mulher, presa debaixo dos escombros, com apenas um canivete.

Em Gaza, no total, são 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados pela campanha israelense em um ano.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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