Na solitária, soldados de Israel ‘agridem brutalmente’ popular líder palestino

Mural retrata o líder palestino Marwan Barghouti, do movimento Fatah, no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, em 16 de abril de 2023 [Majdi Fathi/NurPhoto]

Marwan Barghouti, um dos mais populares líderes da resistência palestina, encarcerado pela ocupação israelense, foi “brutalmente agredido” no confinamento solitário da prisão de Megiddo, alertou um advogado da Comissão de Prisioneiros e Ex-Prisioneiros, ligada à Autoridade Palestina (AP).

A ataque a Barghouti e outros presos políticos ocorreu no início de outubro, porém veio à público apenas recentemente devido à proibição arbitrária de Israel de que recebessem qualquer visita, pelo período de três meses, incluindo de advogados.

“Uma unidade das forças repressivas da prisão atacou brutalmente Barghouti na solitária, em 9 de setembro”, destacou o advogado. “Os soldados utilizaram várias ferramentas de tortura e espancamento contra ele, causando diversos ferimentos, incluindo nas costelas e membros, além de sangramento na orelha direita, ferida aberta no braço direito e lesão em suas costas”.

Barghouti, oficial sênior do partido Fatah, radicado na Cisjordânia ocupada, foi submetido a ao menos dois espancamentos ao longo do ano, além de confinamento solitário desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, em outubro, conduzido paralelamente aos pogroms na Cisjordânia e medidas de punição coletiva contra presos políticos.

O primeiro ataque a Barghouti se deu ainda em dezembro, na prisão de Ofer, também nas celas de isolamento. A segunda agressão ocorreu em Megiddo, em 6 de março.

“O mais recente ataque, em setembro, foi similar ao que transcorreu em março, na prisão de Megiddo”, observou a campanha internacional Liberte Barghouti e os Presos Políticos. “Contudo, foi ainda mais brutal em seu caráter, a fim de causar graves danos físicos”.

A Comissão de Prisioneiros e Ex-Prisioneiros voltou a reivindicar das instituições globais a cumprirem seu dever em proteger Barghouti e outros prisioneiros e prisioneiras nas celas da ocupação, conforme a lei internacional.

O órgão condenou o que descreveu como “paralisia das organizações internacionais e de direitos humano, no que diz respeito aos palestinos e aos crimes de genocídio em curso, de modo a encorajar o regime ocupante a seguir com as violações sem qualquer punição ou justiça”.

A entidade, não obstante, exaltou Barghouti e outros presos por sua resiliência apesar das violações. “Sua força de vontade não será destruída, pois vem de seu povo. Os ataques e crimes a que são sujeitos são uma extensão da vingança brutal de Israel contra o povo e a nação da Palestina. Sua liberdade é parte da liberdade de todo um povo”.

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