Netanyahu pede meio milhão para fortificar a própria casa, após ataque libanês

Policiais cercam residência do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, em Cesareia, após ataque a drone lançado do Líbano, em 19 de outubro de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, solicitou dois milhões de shekels, ou US$530 mil, do tesouro do Estado para realizar atualizações de segurança em sua residência privada na cidade de Cesareia, após ser atingida por um drone armado do grupo libanês Hezbollah no último fim de semana, reportou a televisão local.

Conforme o noticiário do Canal 12, o departamento de segurança no gabinete do premiê fez o pedido como parte de uma série de medidas para fortalecer sua segurança pessoal, em meio a receios crescentes de ameaças a Netanyahu e sua família.

Netanyahu é responsável pelo genocídio em Gaza e pela invasão no Líbano, denunciado internacionalmente no decorrer do último ano.

Netanyahu é também o mandante de assassinatos de lideranças regionais, como o chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho, em Teerã; o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em setembro, em Beirute; e o sucessor de Haniyeh, Yahya Sinwar, na semana retrasada, em Gaza.

Em 19 de outubro, o gabinete de Netanyahu confirmou que um drone libanês atingiu sua casa na Cesareia, embora sua família não estivesse presente.

O porta-voz do Hezbollah, Mohammed Afif, admitiu “plena e exclusiva responsabilidade” pela ação, ao justificar como um “ataque de precisão contra a casa de um criminoso de guerra e um líder fascista, como Netanyahu”.

“Israel não respeita a ética da guerra”, enfatizou Afif, ao advertir para a cumplicidade dos Estados Unidos nos “massacres contra nossos povos”.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro de 2023, com mais de 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados. Dentre as fatalidades, ao menos 16.700 são crianças.

Em meados de setembro, Israel avançou então ao Líbano, a partir de atentados terroristas atribuídos ao Mossad que explodiram pagers e walkie-talkies nas ruas do país.

Em 1º de outubro, após um ano de troca de disparos transfronteiriços com o Hezbollah, o regime em Tel Aviv deflagrou também sua invasão por terra ao Líbano, embora contida até então pela resistência no país.

Na última sexta-feira (25), Israel lançou uma bateria de mísseis contra o Irã, em tréplica a disparos iranianos de 1º de outubro, que, por sua vez, buscaram reagir às execuções das lideranças aliadas e da escalada no Líbano.

Conforme analistas, Netanyahu almeja uma guerra em escala regional em causa própria, à medida que preserva sua vida política, impede o colapso de seu governo extremista e posterga, portanto, seu julgamento por corrupção em três casos distintos.

As ações de Tel Aviv seguem em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde Israel é réu por genocídio desde janeiro.

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