A ONU, na segunda-feira, expressou “profunda preocupação” sobre a recente introdução de projetos de lei no parlamento de Israel com o objetivo de impedir que a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) continue suas operações na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental e Gaza, relata a Agência Anadolu.
“O Secretário-Geral (Antonio Guterres) escreveu ao Primeiro-Ministro de Israel (Benjamin Netanyahu), expressando sua profunda preocupação sobre esses projetos de lei, sobre o impacto que eles teriam”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, em uma entrevista coletiva.
Dujarric declarou que a legislação proposta por Israel com o objetivo de interromper as atividades da UNRWA “seria diametralmente oposta à Carta (da ONU) e à responsabilidade do governo israelense sob o direito internacional”.
Se o projeto de lei for aprovado, ele disse que avaliariam o impacto do projeto, mas sua resposta seria “negativa”.
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Sobre Gaza, Dujarric declarou que as pessoas no norte estão em “desesperada necessidade de assistência para salvar vidas”.
Citando o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), ele relatou que Israel continua a negar os pedidos da ONU para remessas de alimentos e combustível para Jabalia e disse que “operações militares intensivas” estão em andamento em torno de instalações de saúde.
O porta-voz também disse que os trabalhadores humanitários estão “fazendo tudo o que podem” para atender às necessidades, mas alertou que os impedimentos contínuos de Israel “estão tornando impossível para as organizações de ajuda operá-lo em qualquer lugar próximo à escala que esta crise exige no sul de Gaza”.
Ele também declarou que Israel anunciou que havia concluído seu ataque ao Hospital Kamal Adwan.
Respondendo à pergunta de Anadolu sobre possíveis valas comuns no Hospital Kamal Adwan, semelhantes às encontradas depois que as forças israelenses se retiraram dos Hospitais Al-Shifa e Nasser, Dujarric disse: “Não sabemos o que encontraremos”.
Enfatizando que o foco principal da ONU é como entregar ajuda aos pacientes que permanecem no Hospital, Dujarric disse ainda que “está claro que será preciso haver responsabilização”.
Destacando as dificuldades de acesso, Dujarric disse: “Se pudermos ir e investigar, nós o faremos.”