Resta apenas um médico no norte de Gaza, sob massacres de Israel

Hospital Kamal Adwan após ataques de Israel, no norte de Gaza, em 27 de outubro de 2024 [Khalil Ramzi Alkahlut/Agência Anadolu]

Apenas um médico permanece a serviço no Hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza sitiada, após as equipes da instalação de saúde serem presas, expulsas ou mortas pelo exército israelense em suas operações da última semana.

As informações são da agência de notícias Anadolu, conforme comunicado emitido nesta segunda-feira (28) pelo Ministério da Saúde de Gaza.

“Restou somente um pediatra no hospital, dentre todas as especialidades”, disse a pasta, ao exortar da comunidade internacional que transfira imediatamente profissionais à área, sobretudo cirurgiões, a fim de conter a alta demanda de doentes e feridos.

Na sexta-feira (25), o gabinete de imprensa do governo em Gaza e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reportaram perder contato com as equipes de Kamal Adwan, em meio a uma invasão militar israelense.

Conforme testemunhas, o exército ocupante se retirou do centro médico no dia seguinte, ao deter centenas de pessoas, incluindo trabalhadores de saúde e seus pacientes.

O exército israelense mantém uma escalada mortal no norte de Gaza desde 5 de outubro, sob o pretexto de impedir o grupo Hamas de se reagrupar.

Neste entremeio, no entanto, recorre a cerco absoluto — sem comida, água, combustível ou medicamentos — e medidas de transferência compulsória e limpeza étnica, em meio a declarações de lideranças coloniais que indicam reocupação e reassentamento.

Desde então, ao menos mil pessoas foram assassinadas somente no norte do enclave, de acordo com dados do Serviço de Defesa Civil.

O massacre é o mais recente episódio da campanha israelense em Gaza deflagrada em 7 de outubro de 2023, com 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados em 12 meses. Dentre as fatalidades, 16.700 são crianças.

As ações seguem em franco desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde Israel é réu por genocídio desde janeiro.

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