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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Beit Lahiya, em Gaza, é declarada ‘área de desastre’ sob ataques de Israel

Palestinos mortos por ataques israelenses em Beit Lahia, norte de Gaza, em 29 de outubro de 2024 [Khalil Ramzi Alkahlut/Agência Anadolu]

A cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, foi declarada “área de desastre” sob os ataques aéreos de Israel contra a região, que já duram quase um mês.

A municipalidade emitiu seu alerta nesta quarta-feira (30), após um bombardeio durante a madrugada matar ao menos oito pessoas.

Os ataques se somam a uma onda de massacres israelenses que deixou 350 mortos em sete dias, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), em meio a alertas de que Israel planeja esvaziar o norte para abrir caminho à sua ocupação e assentamento ilegal de supremacistas judeus.

“Declaramos a cidade como área de desastre devido ao cerco e à guerra de extermínio de Israel, e ao fato de que não temos comida, água, hospitais, médicos, serviços básicos ou comunicação”, destacou a prefeitura em nota.

Oficiais reivindicaram a abertura de corredores humanitários à região, para levar insumos médicos, alimentos, combustível e equipamentos de defesa civil em meio à crise.

No início de outubro, o exército ocupante deflagrou uma ofensiva de larga escala contra o campo de refugiados de Jabaliya, no norte, ao exacerbar a crise humanitária que assola a região há mais de um ano.

Cerca de 400 mil palestinos expulsos de suas casas continuam abrigados no norte — sem quaisquer recursos. O sistema de saúde entrou em colapso, sem nenhum hospital ainda operacional.

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Um porta-voz do Crescente Vermelho em Gaza descreveu a situação como “catastrófica”. A organização humanitária Oxfam confirmou perder contato com as pessoas no norte, ao acusar o regime israelense de usar a fome como arma de guerra.

“Não há mais meios de sustentar a vida lá”, explicou Hani Mahmoud, correspondente da rede Al Jazeera em Deir al-Balah, no sul de Gaza — também sob ataques.

Sam Rose, vice-diretor da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), para a Faixa de Gaza sitiada, reportou as condições em campo como “absolutamente desesperadoras”.

“É horrível”, destacou Rose. “Massacre depois de massacre contra uma população que já está de joelhos”.

Mortes em massa

O cerco israelense contra o norte de Gaza, com seus ataques subsequentes, matou mais de 800 pessoas até então.

Um dos ataques mais devastadores ocorreu na madrugada de segunda-feira (28), com ao menos 93 vítimas fatais em um único incidente, que destruiu um bloco residencial inteiro em Beit Lahiya.

Tor Wennesland, enviado das Nações Unidas no Oriente Médio, denunciou “mais um caso de fatalidades em massa em meio a uma série mortal … que incita seríssimos receios de violações flagrantes da lei humanitária internacional”.

Para Wennesland, “essa espiral sem fim de morte e destruição tem que acabar imediatamente”.

Apesar das condenações internacionais, Israel seguiu com sua ofensiva.

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A gestão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, às vésperas das eleições de 20 de novembro, chegou a descrever as ações israelenses como “horríveis”, embora se recuse a cessar ou condicionar o envio bilionário de armas a Israel.

Segundo o OCHA, ao menos 347 pessoas foram mortas em “incidentes de fatalidades em massa” no enclave palestino entre 24 e 29 de outubro, com milhares de desaparecidos — provavelmente mortos sob os escombros.

As ações israelenses — investigadas como genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia — seguem há um ano, com 43 mil mortos, cem mil feridos e dois milhões de desabrigados sem comida, água, energia elétrica ou medicamentos.

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