As forças da ocupação israelense voltaram a conduzir incursões exponencialmente mais violentas na Cisjordânia, incluindo agressão à luz do dia a palestinos locais e fechamento de casas de câmbio.
Diversas áreas foram alvejadas, reportou o Centro de Informações da Palestina.
Segundo fontes em campo, tropas israelenses invadiram a aldeia de Beit Ummar, perto de Ramallah, entrando em casas e confrontando jovens locais.
A cidade de Qalqilya, na mesma área, também foi atacada, com disparos de granadas de efeito moral no principal mercado municipal, além de ataques e apreensões de jovens — incluindo ao menos um incidente de espancamento.
Drones sobrevoaram Qalqilya durante a incursão, cujos pretextos não foram declarados.
Em Jerusalém ocupada, um enorme contingente policial invadiu o bairro de Shahada, no campo de refugiados de Shuafat. Apesar de ataques a casas de câmbio nos bairros de al-Balou e al-Bireh, com ordens de fechamento, não houve prisões.
LEIA: Na solitária, soldados de Israel ‘agridem brutalmente’ popular líder palestino
Forças israelenses também investiram contra a zona leste da cidade de Nablus, ainda de madrugada, para abrir caminho a colonos judeus fundamentalistas que buscavam invadir o Túmulo do Profeta José — santuário multirreligioso.
Em Balata al-Balad, perto de Nablus, núcleos jovens da resistência orgânica entraram em confronto com soldados.
As violações israelenses nos territórios ocupados escalaram ao longo do ano passado, no contexto do genocídio em Gaza, com ao menos 43 mil mortos e cem mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 16.700 são crianças.
Na Cisjordânia, são 760 mortos e 6.250 feridos, além de dez mil presos políticos, em meio a uma campanha de prisão em massa que dobrou a população carcerária palestina — em maioria, sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
A mesma corte, em julho, admitiu a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia, ao exortar a retirada de colonos e soldados e reparação aos nativos.
As determinações de Haia, em setembro, tornaram-se resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sob votação de maioria absoluta — mais de dois terços — dos Estados-membros, com prazo de um ano para ser implementada.
LEIA: Extermínio em Gaza: Netanyahu ‘termina o trabalho’ enquanto o mundo assiste