O novo secretário-geral do movimento libanês Hezbollah, Naim Qassem, prometeu seguir os passos de seu predecessor, Hassan Nasrallah, assassinado por Israel em setembro, ao implementar seu “plano de guerra” contra o “inimigo israelense”.
Em discurso que sucedeu sua eleição à liderança do grupo, Qassem reiterou que “apoiar Gaza é um dever, no sentido de confrontar o perigo representado por Israel a toda a nossa a região”.
Qassem insistiu que o Hezbollah “não luta em nome de ninguém”, em alusão ao Irã, “mas sim para proteger o Líbano, libertar nossas terras e apoiar Gaza”.
“Nossa resistência existe para libertar as terras e confrontar a ocupação e suas intenções expansionistas”, acrescentou, ao observar que foram as ações do grupo que expulsaram Israel do Líbano, em primeiro lugar — não as resoluções internacionais.
Segundo o novo líder do influente grupo libanês, a guerra lhes foi imposta pelas violações de Israel ao longo do último ano, no contexto do genocídio em Gaza, com 43 mil mortos e cem mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
LEIA: As atrocidades de Israel não são novidade; a novidade é a escala
Qassem recordou ainda Yahya Sinwar, líder do grupo palestino Hamas morto em combate na Faixa de Gaza, ao descrevê-lo como “ícone e herói para a Palestina e os povos livres do mundo, que resistiu até seu último suspiro”.
Qassem condenou ainda a cumplicidade do Ocidente para com Israel em suas agressões ao Líbano e Gaza, ao alertar que Estados Unidos e Europa trabalham com a ocupação via genocídio e colonização, a fim de eliminar os povos nativos e sua resistência.
A escolha de Qassem à liderança do Hezbollah foi anunciada na terça-feira (29), cerca de um mês depois do assassinato de Nasrallah, em Beirute.
Em seu anúncio, o movimento ressaltou seu compromisso em “manter acesas as chamas da resistência, até que a vitória seja alcançada”.
Qassem é vice-secretário-geral do Hezbollah desde 1991, nomeado por Abbas al-Musawi, antecessor de Nasrallah, morto por Israel em 1992. Sua escolha sucede o assassinato de Hashem Safieddine, visto como favorito à liderança do grupo.
Em 1º outubro, às vésperas do primeiro aniversário do genocídio em Gaza, Tel Aviv lançou sua invasão por terra ao Líbano, que incitou resposta do Irã, com uma bateria de foguetes horas depois.
Na sexta-feira (26), Israel lançou sua tréplica a Teerã, ao alimentar novamente apreensões de propagação da guerra a uma escala regional.
Apesar das mortes em sua cúpula, forças do Hezbollah mantêm em xeque avanços de Tel Aviv em solo libanês.
As ações da ocupação seguem em violação de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde Israel é réu por genocídio desde janeiro.
LEIA: Israel ameaça atacar Cidadela de Baalbek, Líbano pede intervenção da Unesco