Departamento de Estado ainda não tomou providências sobre quase 500 relatos de mortes de civis ligadas a armas fornecidas pelos EUA em Gaza

O governo Biden recebeu quase 500 relatos alegando que Israel usou armas fornecidas pelos EUA em ataques que causaram danos civis na Faixa de Gaza, mas não cumpriu seus requisitos de política para investigações imediatas, de acordo com um relatório, relata a Agência Anadolu.

Apesar do Civilian Harm Incident Response Guidance (CHIRG) de 2023 do Departamento de Estado — que aconselha a agência a concluir as investigações e recomendar ações em dois meses — nenhum dos casos progrediu para o estágio de “ação”, informou o Washington Post na quarta-feira, citando autoridades atuais e antigas.

A maioria dos casos continua sem solução, com a contribuição do governo israelense aguardada em muitos, acrescentou.

Os relatórios, coletados de agências dos EUA, organizações internacionais e da mídia, contêm detalhes e evidências fotográficas de fragmentos de bombas fabricadas nos EUA encontrados em locais onde civis, incluindo crianças, foram mortos.

Os defensores dos direitos humanos argumentam que, com base na documentação, alguns dos incidentes podem constituir violações das leis dos EUA e internacionais.

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Questionado sobre os relatórios, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse na quarta-feira que os EUA estão revisando vários incidentes por meio do CHIRG e outros processos, mas se recusou a entrar em revisões em andamento.

“Essas são questões complicadas. São questões factuais complicadas; são questões legais complicadas”, disse ele.

Referindo-se a um relatório NSM-20 (National Security Memorandum-20) divulgado em maio, que observou que é “razoável” avaliar que há casos em que Israel pode ter violado o direito internacional humanitário, Miller acrescentou: “Mas quando se trata de incidentes específicos, essas revisões ainda estão em andamento”.

Pressionado sobre o motivo pelo qual os EUA não determinaram definitivamente que qualquer incidente viola o direito internacional humanitário após mais de um ano, Miller descreveu as determinações como “incrivelmente difíceis”.

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