A Palestina acusou Israel, na quinta-feira, de confiscar terras palestinas em Jerusalém Oriental para forçar os moradores a deixarem a cidade ocupada, relata a Agência Anadolu.
Em uma declaração, o Ministério das Relações Exteriores condenou veementemente a apreensão de 64 dunams (0,06 quilômetros quadrados) de terra por Israel na cidade de Umm Tuba, ao sul de Jerusalém Oriental, que Israel registrou no chamado Fundo Nacional Judaico.
“Esta ação ameaça deslocar inúmeras famílias de Jerusalém e sinaliza um ataque israelense sistemático à terra dos habitantes de Jerusalém, com o objetivo de forçá-los ao deslocamento”, disse o Ministério.
A declaração caracterizou a prática israelense como “parte de uma longa série de medidas unilaterais ilegais da Ocupação visando a anexação e judaização de Jerusalém e separá-la completamente de seus arredores palestinos”.
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Este movimento, disse o Ministério, “se encaixa no contexto mais amplo de ações aceleradas pela Ocupação para anexar a Cisjordânia Ocupada, abertamente apoiadas por figuras da coalizão israelense de direita no poder, incluindo o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e outros membros extremistas do Knesset”.
O Ministério enfatizou que Israel “está tentando frustrar o consenso internacional sobre uma solução de dois estados criando mais fatos coloniais racistas no terreno, coincidindo com um genocídio e deslocamento visando determinar o futuro do conflito com base nos interesses israelenses”.
Na quarta-feira, o diário israelense Haaretz relatou que os moradores de Umm Tuba ficaram surpresos ao encontrar suas terras registradas sob o nome de “Fundo Nacional Judaico” depois que um morador solicitou uma licença de construção da municipalidade de Jerusalém.
Este registro permite que a organização exija a expulsão dos atuais proprietários de terras no futuro. Além disso, o relatório indicou que 139 palestinos da Jerusalém Oriental ocupada temem perder suas terras, onde viveram por décadas e possuem documentos de propriedade, após descobrirem o registro sob o nome de uma instituição judaica.
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Os palestinos, apoiados pelo consenso internacional, veem Jerusalém Oriental como a capital de um esperado Estado Palestino, enquanto Israel afirma que toda Jerusalém é sua capital.
Em julho, a Corte Internacional de Justiça emitiu uma opinião histórica que declarou a ocupação de décadas de terras palestinas por Israel “ilegal” e exigiu a evacuação de todos os assentamentos existentes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.